Câmara diz não votar orçamento sem prefeitura incluir R$ 70 milhões em precatórios

Legislativo afirma que segue recomendação do Tribunal e do Ministério Público de Contas sobre o orçamento que ficará para Silva e Luna.


A menos de 20 dias para o encerramento do ano e posse da nova gestão municipal de Foz do Iguaçu, um impasse arrisca a aprovação do orçamento público. O motivo tem nome e número: R$ 70 milhões em precatórios, decisões judiciais sobre valores que o erário deve pagar.

É que a mesa diretora da Câmara de Vereadores afirma que não irá votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025 sem que a prefeitura inclua na peça aquele valor. E diz seguir recomendação do Ministério Público de Contas (MPC-PR) e do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

A gestão do prefeito Chico Brasileiro (PSD) foi alertada pelo presidente da Câmara, vereador João Morales (União), durante audiência pública sobre a LOA em novembro. Na ocasião, a administração foi orientada a fazer o ajuste na lei para a votação seguir.

A cada ano, a Câmara tem até 15 de dezembro para proceder à votação final do orçamento que valerá para o próximo ano. Em 2025, assumirá a prefeitura Joaquim Silva e Luna (PL) e 11 novos vereadores, bem como mais quatro edis que foram reeleitos.

Pelas contas da Câmara, a prefeitura precisa incluir os seguintes valores na lei orçamentária:

  • precatórios: R$ 70 milhões; e
  • requisição de pequeno valor (RPV): R$ 6 milhões.

Orçamento de 2025

A soma, portanto, em obrigações de pagamento em função de decisões judiciais é de R$ 76 milhões, que não foram incluídos na proposta de lei orçamentária de Chico Brasileiro para 2025. Vereadores não podem fazer esse tipo de substitutivo ao texto da parte do prefeito.

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“Estamos aguardando substitutivo desse projeto, desde quando foi apresentado [orçamento]”, disse João Morales. “A gente visa resguardar os vereadores e a Casa, por se tratar de uma recomendação direta do MPC-PR, sob pena de responder processo por improbidade”, concluiu o presidente da Câmara.

Morales reporta que, à presidência do Legislativo, a recomendação dos órgãos estaduais de contas foi para pautar o projeto do orçamento apenas se a proposta contemplar a totalidade dos créditos necessários para o pagamento de precatórios (R$ 70 milhões). E também das obrigações de pequeno valor (R$ 6 milhões).

Ministério Público de Contas

Em recomendação administrativa para as 399 prefeituras e câmaras de vereadores do Paraná, o Ministério Público de Contas alertou sobre a inclusão do pagamento de precatórios no projeto de Lei Orçamentária Anual. Esse procedimento deverá ser cobrado pelo órgão.

“O envio dessas recomendações é o primeiro passo para o desenvolvimento futuro de um projeto de atuação especial conduzido pelo Ministério Público de Contas”, frisou o procurador-geral do MPC-PR, Gabriel Guy Léger. Essa ação “terá como finalidade verificar se os municípios fizeram a correta inclusão no orçamento municipal das verbas necessárias ao pagamento dos precatórios”, completou.

Emendas ao orçamento

Atualmente, comissões do Legislativo analisam 231 emendas dos vereadores à peça orçamentária original. “São as emendas impositivas que os parlamentares podem remanejar recursos para reforçar o caixa de secretarias ou entidades”, indica a Casa de Leis.

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