Por que a covid-19 ainda preocupa o mundo? Os números explicam

A situação no Brasil e nos países vizinhos é confortável. Mas será que dá pra relaxar totalmente? Claro que não.

Apoie! Siga-nos no Google News

A situação no Brasil e nos países vizinhos é confortável. Mas será que dá pra relaxar totalmente? Claro que não.

O podcast “Guarê”, do H2FOZ, em tom bem-humorado, mas crítico, aborda a questão daqueles que não se vacinam contra a covid-19 por descrença, desinformação, ignorância ou porque se vacinar vai contra seus princípios de liberdade. Vale pena ouvir! Eis o link: GUARÊ

O Brasil é a prova de que a vacinação dá resultado, com a queda contínua no número mais importante: o de perdas de vidas. Mas dá pra relaxar? Infelizmente, ainda não. O vírus continua por aí. E ainda tira o sono mundo afora.

Nesta matéria, vamos mostrar números alentadores – os do Brasil e Argentina, por exemplo -, mas também outros que explicam a preocupação mundial. A eles.

MELHORA NO BRASIL E VIZINHOS

Há duas semanas, o Brasil registrava 7 óbitos por milhão de habitantes; Argentina e Paraguai, 3 mortes por milhão, cada um deles.

Nesta última semana, o índice no Brasil caiu para 6 mortes por milhão de habitantes, enquanto na Argentina e no Paraguai diminuiu para 2 óbitos por milhão.

Em números absolutos, com 1.279 mortes na semana, o Brasil está em 11º lugar no mundo (há duas semanas, estava em 9º), atrás de Rússia, Alemanha e Hungria, entre outros.

A Argentina, com 102 mortes, está em 51º e o Paraguai, com 17 óbitos, ficou em 89º. À frente dos dois vizinhos, estão todos os principais países da Europa.

O que iguala riscos e maior controle da pandemia, entre a Europa e Brasil e Argentina (o Paraguai não entra nessa), é o índice de imunização, já que o nosso está cada vez está mais próximo do registrado nos principais países europeus.

A chegada da nova variante, a ômicron, desequilibrou a balança em desfavor de países europeus e dos Estados Unidos, mas as cepas que matam ainda são as que já circulavam antes, tanto lá como aqui.

Pra entender por que a preocupação com a covid-19 continua presente em todo o mundo, é só acompanhar os números publicados no site Worldometers, que faz o registro dos casos e mortes em 209 países e territórios.

Ranking no Brasil não se alterou: o Paraná permanece em 3º lugar nos casos e em 4º em mortes (Ag. Brasil). No ranking desde o início da pandemia, as mortes no Brasil deixam o país em 2º lugar no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

BALANÇO DA SEMANA

Nesta última semana, até quinta-feira, 9, houve um aumento de 3% nos casos, em todo mundo, e ligeira queda nas mortes, de 0,5%. Mas são números altos: 4.250.318 novos casos e 49.266 óbitos, nos sete dias.

Por continente, ficou assim:

Queda de 2% em casos e mortes, na Europa

Aumento de 19% nos casos e de 12% nos óbitos, na América do Norte

Queda (- 5%) nos casos e nos óbitos (- 3%), na Ásia

Queda nos casos (-6%) e de mortes (- 17%), na América do Sul

Aumento de 147% nos casos (variante ômicron é principal a causa) e queda nas mortes (- 13%), na África

Na Oceania, queda de 2% nos casos e aumento de 57% nos óbitos (de 56 para 88).

Quanto mais escuro for o verde, melhor. Se for considerada a aplicação de apenas uma dose, o Brasil, com 77,1% de vacinados, supera o Reino Unido e os Estados Unidos e fica pertinho da Alemanha (71,7%).
Com duas doses (64,9% da população), o Brasil está à frente de Estados Unidos e Arábia Saudita; e está cada vez mais próximo de Reino Unido (68,4%) e Alemanha (68,7%).

O RANKING DA VACINAÇÃO

Em todo o mundo, não há mais do que 10 países em que mais de 80% da população está totalmente imunizada contra o coronavírus. Portugal e Emirados Árabes lideram o ranking.

Mesmo que se atinja 100%, ainda haverá casos. E também ocorrerão mortes, porque a vacina é fundamental para aumentar a imunidade, mas não é garantia de que o organismo resistirá a um ataque muito forte do vírus.

E é por isso que há pessoas vacinadas com duas doses ou dose única que acabam indo para UTIs e perdendo a batalha para a covid-19. Mas é um número bem menor do que as não vacinadas que falecem.

Veja agora a situação dos países onde o índice de vacinação é alto (Brasil incluído) e os casos e mortes da última semana, na comparação com a anterior.

O primeiro percentual, entre parênteses, mostra o total da população do país totalmente imunizada, conforme o registro feito pelo site Our World in Data em todo o mundo.

Portugal (88,7%) 26.477 casos (mais 23%) e 139 mortes (mais 62%)

Emirados Árabes (88,4%) 404 casos (- 9%) e 1 morte (3 na semana anterior)

Singapura (87%) 4.829 casos (- 42%) e 44 mortes (- 19%)

Chile (84,4%) 11.877 óbitos (-19%) e 197 óbitos (mais 6%)

Malta (84%) 601 casos (-9%) e nenhuma morte (2 na semana anterior)

Brunei (83%) nenhuma morte na última semana; 151 casos, queda de 48% em relação à semana anterior

Cuba (82,3%) 650 casos na semana, queda de 40%, e 6 óbitos (mesmo número)

Islândia (82,2%) 854 casos (- 6%) e nenhuma morte há duas semanas

Coreia do Sul (81%) 38.972 casos (aumento de 36%) e 372 mortes (mais 22%)

Espanha (80,6%) 83.958 casos (aumento de 23%) e 199 óbitos (estabilidade)

Dinamarca (77,1%) 38.994 casos (mais 28%) e 71 mortes, mesmo número da semana anterior

Canadá (76,6%) 24.138 casos e 139 mortes, estável

Uruguai (76,4%) 1.662 casos (estável) e 8 mortes, uma a menos que na semana anterior

Bélgica (75%) 112.054 casos (queda de 12%) e 344 mortes, aumento de 5%

Finlândia (73,3%) 9.527 casos (mais 8%) e 50 mortes (- 7%)

Itália (73,3%) 104.365 casos, aumento de 13%, e 548 mortes, aumento de 6%

Suécia (71,3%) 13.914 casos (5% mais) e 6 mortes (- 67%)

Noruega (70,3%) 29.605 casos (mais 38%) e 42 mortes (mais 8%)

França (70,7%) 332.255 casos (29% mais) e 838 mortes (mais 52%)

Alemanha (68,7%) 329.092 casos (-18%) e 2.101 mortes (estabilidade)

Reino Unido (68,4%) 338.080 casos (mais 8%) e 854 mortes (estabilidade)

Argentina (67,2%) 15.557 casos (mais 18%) e 201 mortes (- 26%)

Brasil (64,9%) 58.177 casos (- 8%) e 1.279 mortes (- 16%)

Equador (64,3%) 2.025 casos (-11%) e 99 óbitos (-57%)

Estados Unidos (60%) 806.257 casos (mais 20%) e 7.982 mortes (mais 14%)

O Paraguai, pela vizinhança, também precisa ter divulgados seus números, embora apenas 37,5% da população esteja imunizada, índice que só é maior, na América Latina, do que na Bolívia (35,9%).

O país, na última semana, registrou 381 casos (- 8%) e 17 mortes (estável)

MORTES PROPORCIONAIS

A situação no Brasil, por exemplo, melhorou muito. Mas ainda não dá pra descartar o uso de máscaras. Foto Pixabay

Entre os 50 países com maior número de mortes proporcionalmente à população, figuram apenas 3 daqueles que estão no ranking de vacinação superior a 70%: Alemanha (32º lugar), Estados Unidos (33º) e Portugal (49º).

A França aparece em 51º, o Reino Unido em 54º, a Dinamarca em 55º e o Chile em 60º.

A Argentina e o Paraguai registram 2 mortes por milhão de habitantes, melhor que o Canadá e a Espanha (ambos com 4 mortes por milhão).

O Brasil está em 78º (6 mortes por milhão de habitantes) e tem à frente, ainda, países como Itália, Finlândia, Noruega e Coreia do Sul.

Estamos bem? Com o avanço da vacinação, melhoramos muito. Mas a imunização deve prosseguir, porque o vírus está bem vivo e não dá trégua.

E os cuidados básicos também não podem ser abandonados. Um deles – lavar as mãos com frequência – deveria ser um hábito comum, mas não é. E o uso de máscaras, apesar de realmente ser um pouco desagradável, tem que continuar.

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.