Não sai liberação, mas argentinos continuam a vir ao Brasil via Paraguai

Continua em vigor a portaria 660, que proíbe o acesso de estrangeiros ao Brasil por via terrestre. Opção é entrar por Encarnación.

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Continua em vigor a portaria 660, que proíbe o acesso de estrangeiros ao Brasil por via terrestre. Opção é entrar por Encarnación.

Agora, os argentinos já se conformaram: não há sequer previsão de quando o Brasil vai liberar o acesso deles e dos uruguaios pelas fronteiras terrestres.

Os argentinos que já têm por “tradição” passar um período da temporada de verão nas praias brasileiras, principalmente as de Santa Catarina, sabem que a opção é entrar por Encarnación, no Paraguai, e vir até a fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu.

Pela portaria 660 do governo brasileiro, em vigor desde 27 de novembro, o acesso de estrangeiros por via terrestre continua vetado. Mas a portaria permite que estrangeiros possam entrar no Brasil pela fronteira paraguaia. É o que os argentinos fazem.

Para tranquilizar os viajantes, tanto o Paraguai como o Brasil têm poucas exigências para entrada no país. Além disso, no Brasil, as estradas que cortam o Estado do Paraná já não têm mais cobrança de pedágio (ou “peaje”, como se diz em espanhol), que por sinal tinha tarifas muito elevadas.

O argentino deve se apresentar ao setor de Migrações, na Aduana brasileira, preencher um formulário e apresentar documentos de identidade. Tudo muito rápido. Foto Axel Geronazzo/grupo de Facebook “A Brasil en Auto!!!”

SEM RESPOSTA

Mas, e quanto à promessa do Ministério do Turismo feita ao senador catarinense Jorginho Mello, de que em dezembro os argentinos e uruguaios poderiam vir pelas fronteiras terrestres às praias do Brasil? Ficou nisso mesmo, na promessa.

Mesmo sendo líder do governo no Congresso e no Senado, Jorginho Mello nada conseguiu, embora tenha apregoado nas redes sociais a “vitória” no diálogo com o Ministério do Turismo, no dia 12 de novembro.

Por sinal, o Ministério do Turismo nem poderia resolver o caso. No máximo, teria que “pedir”, como o fez o senador. Portarias referentes às fronteiras, desde o início da pandemia, dependem de assinatura conjunta da Casa Civil e dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Saúde e da Infraestrutura.

Antes de assinar a portaria, os ministérios analisam a posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, que por sinal ainda não deu o seu aval.

A publicação na rede social do senador catarinense garantia “mais uma conquista”. Ficou nisso mesmo.

PELO PARAGUAI

Felizmente para os argentinos que querem vir ao Brasil, tirando o aumento do tempo de viagem, a entrada pelo Paraguai para vir ao Brasil é tranquila, com menos exigências do que terão que atender na volta à Argentina.

Ao sair da Argentina, por Posadas, é preciso apresentar PCR negativo de 72 horas e documento impresso comprovando vacinação completa.

Já no Paraguai, é exigida declaração juramentada, que pode ser feita ali mesmo na passagem fronteiriça, pelo celular. Com isso, o viajante recebe um código QR para trânsito interno, válido por 90 dias, como contam os argentinos que fizeram o roteiro, no grupo de Facebook “A Brasil en Auto!!!”.

De Encarnación a Ciudad del Este são pouco mais de 280 quilômetros, que podem ser percorridos em quatro horas e meia. Há três pedágios no caminho. Um viajante diz que é bom levar 2 mil pesos para pagar esses pedágios.

Na fronteira brasileira, já em Foz do Iguaçu, uma rápida burocracia: no setor de Migrações, basta preencher um formulário de ingresso no Brasil e apresentar documentos de identidade.

NO BRASIL

Pronto! Agora, é seguir viagem pela BR-277, que corta o Paraná até a capital do Estado, Curitiba, de onde se tem acesso à BR-376, em território paranaense, que depois se torna BR-101, em Santa Catarina.

De Foz do Iguaçu a Florianópolis, um dos destinos mais procurados pelos argentinos, são 940 km. Uma boa opção para hospedagem e também para conhecer é Curitiba, com seus muitos parques e áreas verdes. É também “a capital mais fria do Brasil”, mas nesta época isso não faz muita diferença.

PEDÁGIO

Detalhe importante: não há mais cobrança de pedágios nas rodovias do Paraná. Como a concessão dos pedágios atrasou, o governo do Estado decidiu cancelar o serviço por um ano, até nova contratação. Só haverá pedágio a pagar na BR-101, mas os valores são bem mais baixos do que os anteriormente cobrados no Paraná.

O primeiro posto de pedágio é em Garuva, divisa do Paraná com Santa Catarina, no valor de R$ 4,10. A rodovia tem ainda outros três pedágios, no mesmo valor, para quem seguir até Florianópolis.

A VOLTA

É sempre bom viajar. Mas a volta também é um prazer, depois de merecidas férias.

O que o argentino deve fazer, ao entrar no Brasil, é apresentar a documentação ao setor de Migrações, para não ter qualquer problema posterior, se for necessário procurar autoridades brasileiras.

Para voltar à Argentina, depois de uma estadia no Brasil, é preciso apresentar na Aduana de Puerto Iguazú, por exemplo, PCR negativo de até 72 horas e uma declaração juramentada feita de forma online antes de chegar à fronteira.

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