Rádio Clube
H2FOZ

Paraguai

Início » Últimas Notícias » Paraguai pede suspensão do pedágio na hidrovia do Rio Paraná

Argentina

Paraguai pede suspensão do pedágio na hidrovia do Rio Paraná

Aplicada de forma unilateral pela Argentina, medida entrou em vigor no último domingo (1.º), com cobrança por tonelada.

2 min de leitura
Paraguai pede suspensão do pedágio na hidrovia do Rio Paraná
Trecho navegável do Rio Paraná em território argentino. Imagem: Gentileza/AGP/Twitter
Publicidade

O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai formalizou à Argentina um pedido formal para a suspensão da cobrança do pedágio na hidrovia do Rio Paraná. A medida, adotada de forma unilateral pelo governo argentino, cria um custo adicional de US$ 1,47 (R$ 7,90) por tonelada transportada por embarcações com bandeira estrangeira.

Segundo o Ministério dos Transportes da Argentina, a tarifa servirá para o custeio de investimentos e manutenção das condições de navegabilidade da hidrovia, no trecho de águas territoriais exclusivamente argentinas, compreendido entre a foz do Rio Paraguai (km 1.238) e o porto fluvial de Santa Fé (km 584).

Publicidade

Em entrevista ao portal Paraguay Fluvial, no entanto, o ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano recordou a existência de um tratado de livre navegação que engloba toda a bacia dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, entre os portos de Cáceres (MT), no Brasil, e Nueva Palmira, já em águas uruguaias.

“Os artigos quarto e quinto desse acordo internacional dizem que os países reconhecem a liberdade de navegação para as embarcações que tenham suas bandeiras, e que esses países não poderão estabelecer nenhum imposto, taxa ou cobrança sobre o transporte, sem que haja um acordo comum”, apontou.

Já o atual ministro das Relações Exteriores, Julio César Arriola, aproveitou a estada em Brasília para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dialogou com seu colega da Argentina, Santiago Cafiero, para reivindicar a suspensão. Segundo Arriola, a recepção inicial foi favorável.

Publicidade

“Para nós, a navegabilidade dos nossos rios, 365 dias por ano, é fundamental, tendo em conta que 80% das nossas exportações e 70% das importações passam por ali”, disse o ministro, citado pelo jornal La Nación. “Abrimos um chamado junto à Comissão da Hidrovia e vamos continuar negociando e dialogando para defender nossos interesses.”

Entidades do setor produtivo, como a Federação da Produção, Indústria e Comércio do Paraguai (Feprinco), emitiram um comunicado no qual cobram uma solução imediata para o impasse. Segundo os cálculos da Feprinco, a implantação do pedágio poderá gerar um custo extra anual de US$ 55 milhões (R$ 295,3 milhões) para as empresas do país.

Publicidade
Você lê o H2 diariamente?
Assine no portal e ajude a fortalecer o jornalismo.

Guilherme Wojciechowski

Guilherme Wojciechowski é colaborador do H2FOZ desde 2022. Acompanha o noticiário da fronteira há duas décadas e cobre editorias como Paraguai, Argentina, Turismo, Esporte, Cultura e Segurança Pública.