A Secretaria Municipal de Obras concluiu um levantamento técnico detalhado de toda a malha viária de Foz do Iguaçu. A prefeitura constatou o que motoristas sentem na prática no dia a dia: 240 quilômetros de ruas e avenidas em Foz do Iguaçu são considerados “ruins” para transitar.
O diagnóstico servirá de base para o novo plano de recuperação e manutenção das ruas. Ele aponta a situação de cada trecho e estabelece critérios técnicos de prioridade para as futuras intervenções. Conforme o município, as obras priorizarão trechos mais degradados.
De acordo com o estudo, a cidade possui 730 quilômetros de vias em boas condições, que permitem o tráfego normal de veículos. Outros 115 quilômetros foram classificados como intermediários, apresentando desgaste e pequenas trincas, mas ainda com trafegabilidade adequada.
Já os 240 quilômetros de ruas em estado ruim, consideradas inadequadas para transitar devido ao envelhecimento do pavimento, devem-se à falta de manutenção ao longo dos anos. E à sobrecarga de veículos e às deficiências no sistema de drenagem.
Essa extensão corresponde praticamente ao percurso de ida e volta a Cascavel, cidade-polo da Região Oeste.
Além da classificação em três níveis — bom, médio e ruim —, o levantamento indicou que há 77 quilômetros de vias em pavimento poliédrico. Desses, são 51km em área urbana e 26km na zona rural.
Ruas em Foz
Com base nesse diagnóstico, a Secretaria de Obras estruturou um plano de recuperação viária orientado por critérios técnicos. São eles: intensidade de tráfego, função da via, densidade populacional do entorno e nível de degradação.
As intervenções vão variar conforme a necessidade de cada trecho, desde manutenções preventivas e corretivas até ações estruturais mais amplas, como recapeamento asfáltico e correção de base e sub-base.
O objetivo, segundo a secretaria, é garantir um planejamento contínuo de manutenção, reduzindo custos futuros e ampliando a durabilidade do pavimento urbano.
Asfalto: herança negativa
Em junho, o H2FOZ abordou os motivos de as ruas e avenidas atingirem nível inaceitável de buracos. Segundo a pasta de Obras, o principal problema seria a indicação inadequada do material e suas limitações, herança deixada pelas gestões anteriores.
O ex-prefeito Chico Brasileiro fez do programa asfáltico sua principal propaganda de oito anos à frente do Palácio das Cataratas, fator que contribuiu para a sua reeleição. Mas o legado de fato, com uma análise mais aprofundada, mostra o aumento da impermeabilização do solo e o debate atual sobre a qualidade dos serviços e os buracos, em muitos trechos prevalecendo a chamada “casca de ovo” asfáltica.
Para a Secretaria de Obras, os problemas na malha asfáltica de Foz do Iguaçu são:
- limitações de aplicação do PMF relacionada ao processo de cura, sensibilidade do PMF às intempéries (chuva e frio), capacidade de carga ao tráfego;
- estrutura do pavimento (base e sub-base) subdimensionada com baixa capacidade em vias com tráfego pesado;
- drenagem subdimensionada em diversos bairros do município, que causa deterioração mais acelerada do pavimento.
Infográfico

- Veja a situação das ruas no mapa:


