Havia um sofá no meio do baldio. Virou escombros

Deram “solução” ao sofá abandonado num terreno baldio no Jardim Iguaçu. Alguém foi lá e simplesmente pôs fogo.

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* Cláudio Dalla Benetta

Pois é, num texto irônico, neste espaço, comentamos na terça, 4, sobre um sofá jogado à margem de um terreno baldio, no Jardim Iguaçu. Nesta manhã de quarta, 5, a surpresa: o sofá se transformou em escombros.

Na calada da noite – ou até mesmo na luz do dia – alguém foi lá e pôs fogo no sofá. A um crime ambiental, somou-se outro.

Era assim o sofá, antes da queima. Foto Patrícia Iunovich

Aqui, brincamos que quem jogou o sofá pensou no cansaço dos transeuntes que perambulam pela região e, com um baita senso de solidariedade, ali deixou a mobília, já sem uso na sua residência.

Só que não, né? O que fez foi livrar-se do sofá da forma mais errada possível (não, havia um jeito ainda pior, como lembrou um leitor  – ele poderia ter sido lançado no lixo). 

Por preguiça, descaso, seja qual for o motivo, o dono do sofá lançou-o sobre a caminhonete e procurou o terreno baldio mais longe de casa (ninguém faz isso quando pode ser visto por conhecidos).

Aí, veio outro e não teve dúvidas: pôs fogo. Sem se importar se poderia provocar um incêndio na vegetação próxima, se traria algum risco à vizinhança. Fumaça faz bem, deve pensar. E o fogo purifica.

Aliás, bem pertinho do sofá que virou escombros há um loteamento novo. Dias atrás, o mato tomava conta das calçadas e se erguia altaneiro, dono do pedaço. Solução? Fogo nele!

Abordado, o senhor que pôs fogo e observava o “feito”, a bordo de uma caminhonete, disse apenas que “em 15 minutos já apaga”.

E mais não falou. Rapidinho, embarcou no carro e escafedeu-se. Nem deu pra anotar a placa ou coisa assim.

O fogo extinguiu-se em meia hora, mais ou menos. Mas chegou a chamuscar e até provavelmente matar as mudas de árvores plantadas perto das calçadas.

Essas mudas, um dia, se tiverem sorte, virarão árvores. Mas serão poucas, duas dezenas, perto das centenas que foram devastadas para fazer o loteamento, às vezes sem necessidade. Sem dó nem piedade.

Assim caminha Foz! Rumo a um futuro incerto, ambientalmente falando. Cada vez menos povoada de verde, cada vez mais povoada por pessoas insensatas.

* Cláudio Dalla Benetta é jornalista em Foz do Iguaçu

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