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Educadores confirmam greve após dia de paralisação em Foz do Iguaçu

Mais de mil profissionais da educação protestaram na prefeitura, sem acordo com a gestão; greve está marcada para 16 de outubro.

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Educadores confirmam greve após dia de paralisação em Foz do Iguaçu
“Professor na rua, prefeito a culpa é sua”, bradava a classe – foto: Divulgação/Sinprefi

Distantes de um acordo com a administração sobre a pauta, professores e profissionais da educação da rede municipal de Foz do Iguaçu confirmaram greve geral a partir do próximo dia 16 de outubro. Nesta quinta-feira, 5, a categoria protestou na frente da prefeitura, durante paralisação das atividades letivas, ao longo de todo o dia.

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Mais mil trabalhadores da educação participaram do ato, que teve a adesão maciça de escolas e centros municipais de ensino. Na frente da sede do governo, lideranças foram ao microfone expor os motivos do movimento. Com cartazes, faixas e palavras de ordem, bradavam “professor na rua, prefeito a culpa é sua”.

Quatro vereadores da oposição compareceram ao ato público e expressaram apoio à mobilização e à pauta. Integrante da bancada de sustentação política ao gestor municipal, a vereadora Anice Gazzaoui (PL) tentou usar o microfone, mas acabou desistindo, deixando o espaço sob vaias.  

Somente à tarde, perto das 15h, o prefeito Chico Brasileiro (PSD) recebeu uma comissão de educadores liderada pelo sindicato da classe, o Sinprefi. Como a sede do governo estava tomada de profissionais da rede educacional, a tratativa foi convocada para o espaço que abriga secretarias e que fica distante do gabinete.

À mesa de negociação, os avanços no diálogo não vieram. Posteriormente, na frente da prefeitura, os educadores votaram e referendaram a decisão de assembleia anterior, que aprovou a deflagração de greve para daqui a dez dias. A categoria cita que está há oito meses em estado de greve e buscando entendimento com a governança.

“A categoria está indignada e revoltada. Direitos conquistados ao longo dos anos, com base em muita luta e negociação, não estão sendo respeitados”, enfatizou a presidente do Sinprefi, Viviane Dotto. As reivindicações exigem melhores condições de trabalho, pagamento do piso salarial nacional, avanços na carreira e outras exigências.

São 12 os principais pontos de reivindicação em negociação:

  • 1) condições de trabalho;
  • 2) autoritarismo na abordagem junto aos profissionais e elaboração de normativas (IDEB, escolha de turma, número de alunos em sala);
  • 3) excesso de alunos por sala, bem como falta de profissionais para apoio a crianças com deficiência;
  • 4) respeito aos direitos já conquistados (hora-atividade para todos os professores que atuam em sala de aula);
  • 5) ofensa à saúde mental dos profissionais da educação;
  • 6) duas referências (avanços na carreira profissional);
  • 7) Piso Nacional do Magistério;
  • 8) pagamentos referentes aos certificados de formação protocolados em 2023 e pagamento dos retroativos desde 2022;
  • 9) concessão do vale-alimentação para toda a categoria da educação;
  • 10) aumento do abono assiduidade (benefício para profissionais com baixos índices de falta);
  • 11) repasses dos valores dispostos em lei, para a Foz Previdência; e
  • 12) transparência nas transferências de profissionais entre unidades escolares.

Prefeitura

A reportagem pediu o posicionamento da prefeitura sobre a manutenção da greve e confirmação sobre o pedido de demissão, durante a negociação desta tarde, da diretora da Educação Infantil, Luciana Moreira. Não houve resposta até o momento. A administração tem afirmado que a educação é a pasta com maiores avanços na atual gestão, a qual concedeu, desde 2022, 32,13% de reajuste salarial a professores municipais.

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    Paulo Bogler

    Paulo Bogler é repórter do H2FOZ. Com enfoque em pautas comunitárias, atua na cobertura de temas relacionados à cidade, política, cidadania, desenvolvimento e cultura local. Tem interesse em promover histórias, vozes e o cotidiano da população. E-mail: bogler@h2foz.com.br.