Educadores decidem manter greve e fazem buzinaço na casa do prefeito

Categoria afirma que negociação não trouxe avanços relevantes e que gestão quer empurrar pauta para o ano que vem.

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Em assembleia na frente da prefeitura, no início da noite dessa segunda-feira, 16, profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu decidiram manter-se em greve por tempo indeterminado. A categoria afirma que a negociação não trouxe avanços relevantes e que a gestão quer empurrar a pauta para ser discutida nos próprios meses e no ano que vem.

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Seguindo concentrados na frente da sede do governo, educadores pedem o pagamento de direitos trabalhistas e melhorias nas condições de trabalho. Levantamento do sindicato que representa a classe, o Sinprefi, aponta que ocorreram mais de 700 afastamentos médicos, apenas entre janeiro e junho deste ano, a maioria por questões psicológicas.

No primeiro dia de greve, cerca de 50 unidades escolares (escolas e CMEIs) aderiram parcialmente à paralisação geral e pelo menos mais dez centros de educação infantil suspenderam totalmente as atividades. Os servidores reclamam que, há muito tempo, a gestão não apresenta cronograma nem cálculos para resolver as cobranças pendentes.

Ao H2FOZ, a assessoria da prefeitura informou que no momento não há nova posição sobre a greve a informar. A administração tem dito que a educação é a pasta com maiores avanços na atual gestão, a qual concedeu, desde 2022, 32,13% de reajuste salarial a professores municipais, conforme o governo.

Buzinaço na casa do prefeito

Após a assembleia que aprovou a continuidade da paralisação, os profissionais da educação e servidores seguiram em carreata até o condomínio onde, segundo a categoria, mora o prefeito Chico Brasileiro (PSD). No local, com buzinaço, faixas e sonorização improvisada, pediram o pagamento de “direitos adquiridos ao longo dos últimos anos”.

Protesto após buzinaço reforçou pedido de avanço nas negociações – Divulgação/Sinprefi


Durante o protesto, motoristas que passavam pela Avenida Tancredo Neves buzinavam em apoio aos educadores. Ao pedir avanço no andamento das negociações, professores e funcionários de escolas e CMEIs clamavam “Ei, prefeito! A luta é por direitos!”, em alusão à lista de reivindicações.

Negociação emperrada

A reunião na tarde dessa segunda-feira, entre dirigentes sindicais, o prefeito Chico Brasileiro e a secretária de Educação, Maria Justina, não produziu “avanços relevantes”, conforme o Sinprefi. A concessão de vale-alimentação a todos os servidores com salários de até R$ 5,5 mil e pequeno aumento na assiduidade foram postos à mesa, disse o sindicato.

“Mas a resolução dessas e de praticamente todas as pautas em negociação foi postergada para os próximos meses e até para o ano que vem”, relatou a presidente do Sinprefi, Viviane Dotto. “Tem sido assim desde o ano passado. O Executivo sempre diz que só terá respostas quatro meses depois”, completou.

Situação de outras pautas:

  • implantação de direitos do Plano de Carreira do Magistério, lei municipal de 2015, só tem previsão para acontecer em março do ano que vem, após um processo de revisão;
  • pagamento do prêmio do IDEB para professores da educação infantil e a profissionais aposentados que estavam em sala quando a prova foi aplicada só tem perspectiva de ser feito em março de 2024.
  • sem previsão para o pagamento de 5,21% pendentes da data-base do ano passado;
  • sem previsão para o pagamento do piso nacional aos professores, no valor e forma preconizados o Ministério da Educação;
  • a pauta inclui, ainda, falta de professores, condições de trabalho inadequadas, pagamento de progressões de carreira conquistadas com formação profissional, entre outros pontos.
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1 comentário
  1. Oscar Diz

    Engraçado que a maioria votou no L, agora pedem por aumento, na era Bolsonaro vinha dinheiro extra todo ano pra educação para reajuste e investimentos na educação. Agora os recursos federais servem apenas pra sustentar a mamata do amor.

Comentários estão fechados.