Argentina prorroga restrições e ainda não definiu se haverá férias em julho

O período de férias, no país vizinho, é entre dias 19 e 30. E é considerado fundamental para o setor de turismo.

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O governo argentino prorroga por mais duas semanas, nesta sexta-feira, 25, o decreto de restrições para controle da pandemia.

Mas ainda não decidiu como ficam as férias de julho, quando argentinos têm o velho hábito de viajar.

Diz a agência noticiosa Télam, do próprio governo argentino, que a decisão sobre férias é difícil.

“O presidente Alberto Fernández e seu gabinete analisam (…) o risco que poderiam representar as duas semanas consecutivas de férias de inverno e sua possível correlação com uma terceira onda de contágios.”

A ideia é avançar com cautela, diz a agência, “ainda que com otimismo”.

DÁ TEMPO

Como as férias de inverno estão marcadas para o período de 19 a 30 de julho, dará tempo de avaliar novas medidas até lá.

Por isso, o decreto nada fala sobre medidas referentes ao turismo.

Pelo decreto, regiões e municípios são enquadrados num “semáforo sanitário”. Os que estão no vermelho sofrem mais restrições.

VOOS PROGRAMADOS

Enquanto espera a decisão do governo sobre férias, a empresa aérea já programou voos.

Enquanto espera a decisão sobre as férias, a Aerolíneas Argentinas já fez uma programação de novos voos para o período.

Para Puerto Iguazú, por exemplo, poderão vir de 11 a 13 voos semanais.

Um ligeiro refresco para o turismo do município, às voltas com a pior crise de sua história.

“NO LIMITE”

O portal El Territorio comenta que a crise em Puerto Iguazú se acentua a tal ponto que chegou ao limite de hotéis e restaurantes fecharem as portas.

Alguns de forma definitiva, com intenção de venda do imóvel; outros de forma temporária, à espera da reativação das viagens.

Há hotéis, inclusive, que estão vendendo móveis pra poder pagar as dívidas.

E não deve melhorar. Para essas férias de inverno, “o panorama não é alentador”, diz o portal.

POUCAS RESERVAS

O Iguazú Natural é um dos hotéis pequenos que fecharam as portas. O dono virou agricultor.

Mesmo com muitos hotéis fechados, até agora há menos de 12% de reservas para o período de 19 a 30 de julho.

Em anos normais, faltando uma semana para o início de julho, as reservas já superavam 70%, destaca Santiago Lucenti, residente da Associação Hoteleira e Gastronômica de Puerto Iguazú.

Se as atividades turísticas forem reativadas, Lucenti diz que será preciso pelo menos dois anos para hoteleiros e donos de restaurantes possam pagar as dívidas contraídas durante a pandemia.

Até agora o setor não teve resposta para o pedido de ajuda ao governo nacional, encaminhado no mês passado via governo da província.

12 MIL FECHARAM NO PAÍS

El Territorio ouviu Paulo Lunzevich, vice-presidente da Federação Empresarial Hoteleira Gastronômica da Argentina, sobre a situação vivida pelos hotéis.

Semanas atrás, a entidade informou que pelo menos 12 mil hotéis fecharam as portas no país.

O representante do setor diz que ainda há muita incerteza em relação às férias de julho, porque o próprio governo ainda nada decidiu.

“A realidade é muito complexa. Há empresas que continuam fechando. É um problema sério para a atividade, sobretudo porque estão sendo perdidos muitos empregos”, diz Lunzevich.

Sobre Puerto Iguazú, ele afirma que tem conhecimento da situação dos hotéis, porque o destino é emblemático para o turismo internacional.

“Eles são muito prejudicados porque o ingresso de estrangeiros está vedado. Por isto é muito importante para nós que se comece a tomar decisões para projetar quando poderemos recuperar este tipo de público.”

“O turismo internacional é importante e, como prova disso, já há algumas regiões que começaram a vacinar o pessoal relacionado à atividade”, conclui.

É o caso de Puerto Iguazú. Leia:


Puerto Iguazú vai vacinar trabalhadores de turismo (todos) até férias de inverno

 

VACINAS

Quanto ao governo argentino, a aposta é que a vacinação controle a pandemia.

O ministro de Ciência,, Tecnologia e Inovação, Roberto Salvarezza, considera “absolutamente alcançável e possível a meta de vacinar entre 60 e 70% das pessoas com mais de 18 anos, até setembro.

Claro, com a primeira dose, apenas.

Ele destaca que o país já tem mais de 15 milhões de vacinados. Ou mais de 50% dos moradores com mais de 18 anos.

Em relação à população, de acordo com o site Our World in Datas, a Argentina vacinou 33,5% de seus habitantes com ao menos uma dose.

Um pouquinho mais que o Brasil – 32,1%.

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