As incertezas em relação ao peso argentino, cuja instabilidade aumentou após as eleições primárias do último dia 13, têm levado estabelecimentos comerciais e de serviços no Brasil e no Paraguai, nas cidades de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, a deixarem de aceitar a moeda argentina como forma de pagamento.
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No lado brasileiro da fronteira, restaurantes na área central da cidade, em vias turísticas como a Avenida Jorge Schimmelpfeng, passaram a exibir, nas últimas semanas, cartazes informando sobre a mudança. Até então, embora em cotações mais baixas, o peso argentino era aceito como forma de atrair a clientela vinda do país vizinho.

Já nas lojas de Ciudad del Este, onde o público argentino é minoritário, muitos dos estabelecimentos que recebiam o peso deixaram de fazê-lo. O motivo é a dificuldade para trocá-lo por guaranis, dólares ou reais, uma vez que casas de câmbio e estabelecimentos bancários chegaram a suspender as operações com a moeda argentina.
Matéria do canal ABC TV, do Paraguai, sobre as dificuldades para a troca do peso argentino em Ciudad del Este e áreas fronteiriças.
No último dia 14, após o resultado que posicionou o candidato Javier Milei (La Libertad Avanza), de extrema-direita, como o mais votado nas primárias presidenciais, o governo argentino se viu obrigado a desvalorizar a cotação oficial do peso em 22%, bem como a subir as taxas anuais de juros em 21 pontos percentuais.
Nesta segunda-feira (28), às 11h, o dólar oficial era cotado na Argentina a P$ 365,50, enquanto o dólar blue (paralelo) estava em P$ 730, quase o dobro. Já o real, que valia P$ 71,48 no câmbio oficial, era trocado por P$ 125 em estabelecimentos como a Atlas Câmbio, de Foz do Iguaçu. Na Iguassu Câmbio, R$ 1 comprava P$ 120.

