Manifestantes de Puerto Iguazú desistem de protesto na rodovia

Eles dizem que não adianta adotar essa medida, se não há contato com autoridades da província e do governo nacional.

Apoie! Siga-nos no Google News

Eles dizem que não adianta adotar essa medida, se não há contato com autoridades da província e do governo nacional.

Durou menos de um dia a manifestação auto-organizada por moradores de Puerto Iguazú, que querem a reabertura de fronteiras prometida – e cancelada – pelo governo nacional.

A manifestação tinha o nome de “15S” (em alusão a 15 de setembro), para marcar a data do início da luta pela reabertura. Mas, na prática, durou só o “15S”.

O portal El Independiente Iguazú foi até o local da manifestação organizada pelo grupo “Vecinos Autoconvocados”, na noite de quarta-feira, 15, e constatou que já não havia ninguém.

Em contato com Fredy Ríos, um dos organizadores (considerado porta-voz dos taxistas e dos motoristas de turismo), ele confirmou ao portal que o grupo desistiu da manifestação por “falta de contato” com autoridades nacionais.

Mas ele garante: “Saímos da rodovia, mas a luta continua”.

ESTRATÉGIAS CONJUNTAS

O manifestante entendeu que, chegar até o governo, a 1.500 km da fronteira, não é tarefa fácil. É preciso fazer com que o governo “desça do cavalo” e tente entender o drama dos moradores daqui. Foto: colaborador

Segundo Ríos, a intenção agora é delinear estratégias em conjunto com o Sindicato do Comércio, a Associação da Feirinha, a Câmara de Transporte e todos aqueles que decidam lutar pela reivindicação.

Ainda nesta quinta, “começaremos a trabalhar na redação de uma carta, dirigida ao presidente da Nação, que será levada ao governador da província, para que tenha destino seguro. Queremos nos alinhar com o governador nesta luta”.

Era o que já se imaginava. Além de a manifestação não contar com entidades representativas dos setores mais importantes de Puerto Iguazú, atingidos diretamente pelo fechamento da fronteira, o protesto sequer chegou ao conhecimento das autoridades nacionais, em Buenos Aires.

CRISE POLÍTICA

A imprensa da capital em nenhum momento deu espaço especial à questão das fronteiras. E, agora, menos ainda.

O grande assunto vem da política: com a derrota nas primárias, o o governo do presidente Alberto Fernández sofreu uma debandada de ministros e outros funcionários ligados à vice-presidente Cristina Kirchner.

A derrota mostrou a fragilidade da coalizão que governa a Argentina. Antes de mais nada, o governo precisa se recompor, porque tem as eleições de fato, pela frente, quando o povo vai confirmar ou não os nomes aprovados nas primárias.

A eleição é em 14 de novembro. Dá pra apostar: até lá, não se ouvirá falar, de parte do governo, de medidas para reabrir fronteiras.

Puerto Iguazú tem que aguentar mais alguns meses até que volte a persectiva de o governo parar pra analisar e decidir se e como ocorrerá essa reabertura aos países vizinhos.

O Chile já decidiu que isso vai acontecer em 1º de outubro. Mas o Chile tem dois trunfos: a situação política, no momento, está estabilizada: e o país é um dos que mais imunizaram sua população contra a covid-19.

Leia matéria anterior:

“O 11 e o 7 de setembro na fronteira”
Guarê – Podcast do H2FOZ

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.