Geração “nem-nem” do Paraguai já chega a 260 mil jovens

Os que não estudam nem trabalham já representam 13% do total de jovens paraguaios. No Brasil, há mais “nem-nem”, proporcionalmente.

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Dos 1.901.876 paraguaios com idades entre 15 e 30 anos, 13% do total (cerca de 260 mil) estão incluídos na geração conhecida como "nem-nem" (nem estudam, nem trabalham. Em espanhol, com o mesmo significado, "ni-ni").

A faixa dos que só estudam corresponde a 20,8% e a dos que só trabalham a 47,5%. Os que estudam e trabalham representam 18% do total.

A situação do Paraguai é melhor que a do Brasil, nesta área, já que aqui 23% da população entre 15 e 29 anos é "nem-nem". Há uma porcentagem maior dos que só estudam (28,7%), na comparação com o Paraguai, mas a faixa dos que só trabalham é menor que no Paraguai (aqui, 35% só trabalham).

E o percentual dos que estudam e trabalham, no Brasil, é apenas de 13,3%, bem inferior aos 18% no Paraguai.

Em relação a outros países, inclusive o Brasil, a faixa de jovens na população  do Paraguai é alta, de 28%, ante 22,8% no Brasil, o que considerado uma vantagem para o país, que não precisa ter grandes preocupações com a Previdência Social, por exemplo, nem com falta de mão de obra.

Quanto à geração "nem-nem", embora o número proporcional seja bem menor que o brasileiro, os 13% de jovens que não estudam nem trabalham preocupa o Paraguai. São cerca de 260 mil jovens "condenados à pobreza ante a falta de oportunidades", como lembra o ABC Color.

O avanço da geração "nem-nem" ameaça a produtividade e o crescimento econômico dos países, a longo prazo, embora, para o Paraguai, sempre seja destacada a numerosa população jovem como garantia do futuro econômico.

Segundo dados da Direção Geral de Estatística, Pesquisas e Censos do Paraguai, divulgados esta semana, na faixa de 15 a 19 anos há quase 65 mil que não estudam nem trabalham; entre 20 e 24 anos, 106 mil. E entre 25 e 29 anos, outros 90 mil não têm atividade fixa, não estudam nem estão procurando emprego.

Falta de oportunidades, inexperiência, educação deficiente e baixa qualidade da mão de obra são alguns dos motivos que freiam a inclusão de jovens no mercado de trabalho, no Paraguai, o que não é diferente – proporcionalmente, é pior – do que no Brasil.

Enrique López, diretor de Emprego do Mininistério do Trabalho, Emprego e Seguridade Social, disse que há algumas ações para tentar incluir os jovens "nem-nem" no mercado de trabalho e de educação. Um convênio do Ministério de Educação e a Câmara Paraguaia de Supermercados, por exemplo, permite dar emprego a jovens que aceitem retomar os estudos.

Krina Gómez, diretora de Trabalho do ministério, disse que está havendo avanços no contrato de aprendizes, para fomentar a experiência de trabalho dos mais jovens. Há 846 contratações no país, sob esta modalidade.

O ABC Color lembra que as iniciativas são importantes, mas ainda insuficientes.

“Um dos principais inconvenientes para o jovem que abandona a escola é que é sentenciado a trabalhos precários, de baixa remuneração", disse Enrique López.

Desemprego

Dos 1.901.876 paraguaios entre 15 e 30 anos, 10,7% foram atrás de emprego, em 2018, e não encontraram. O índice foi superior aos 9,4% de 2017.

Ainda assim, são números melhores que os brasileiros. A taxa de desemprego entre os jovens com idade entre 18 e 24 anos, no primeiro trimestre deste ano, chegou a 27,3%, no Brasil segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Fontes: ABC Color e IBGE

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