Policiais militares da reserva farão a segurança de 15 colégios de Foz, dentro do projeto Escola Segura

Por Cláudio Dalla Benetta

Em 15 dos 31 colégios estaduais de Foz do Iguaçu, haverá um esquema especial de segurança para professores, alunos e pais. Esses colégios serão incluídos no projeto Escola Segura, do governo do Estado, que prevê a presença de policiais militares da reserva nas portas, durante o período das aulas.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 8, pelo superintendente de Governança do governo do Estado, Phelipe Mansur, que acompanha o secretário estadual da Educação, Renato Feder, e o deputado estadual Hussein Bakri, líder do governo na Assembleia, numa visita às escolas estaduais de Foz, para conhecer "in loco" as condições de funcionamento.

Como a volta às aulas nos colégios estaduais é na semana que vem (dia 14, quinta), Phelipe Mansur disse que não haverá tempo de escalar o policiamento a tempo, o que deve acontecer no prazo de um mês, aproximadamente.

Quando anunciou o Escola Segura, o governador Ratinho Jr disse que o projeto é inspirado numa medida adotada por Portugal, na década de 1990, que deu bons resultados. Segundo o governador, com mais segurança deve também diminuir a evasão escolar, "porque muitos jovens não vão à escola por causa da insegurança no entorno".

Corredor bioceânico

Phelipe Mansur falou também sobre a ideia do governador Ratinho Jr de criar o corredor bioceânico, ligando o Porto de Paranaguá ao de Antofagasta, no Chile. E será por ferrovia, segundo Phelipe, mas o que dá pra ver é que tudo ainda está bem indefinido. É mais uma intenção, embora firme.

De concreto, disse o superintentendente de Governança do Estado, existe a determinação do governador, que conclamou os secretários a participarem das discussões e estudos. Ele também determinou pressa aos quatro consórcios que fazem o estudo preliminar da ligação ferroviária entre Cascavel e Dourados, no Mato Grosso do Sul, com um ramal que conectaria Foz do Iguaçu a Cascavel.

Na verdade, pelo que havia sido acertado pelo então governador Beto Richa, os consórcios deveriam ter apresentado um estudo preliminar sobre a ferrovia há dez dias. Mas o prazo venceu e eles nada tinham pra mostrar.

Na reunião com os representantes dos consórcios, quando o prazo venceu, Ratinho Jr disse que o governo estadual quer a ligação bioceânica, o que amplia a ideia inicial da expansão ferroviária, e deu uma "ordem direta" para acelerarem os projetos, segundo Phelipe Mansur. Os quatro consórcios podem até mesmo se unir pra apresentar o resultado em 30 dias. 

Mansur disse que Ratinho Jr pretende que haja uma ligação ferroviária entre Paranaguá e o porto do Chile, passando também por Foz do Iguaçu. Mas lembrou que isso ainda depende de negociações com os governos do Paraguai e da Argentina. 

"Ambiente político"

Durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel, o governador Ratinho Jr falou da proposta do corredor bioceânico. Ele disse que já conversou sobre o assunto com o presidente Jair Bolsonaro e, também, com os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

A proposta foi apresentada ainda ao diretor-geral paraguaio da Itaipu, José Alberto Rodríguez, e será pauta de agendas com os embaixadores da Argentina, Paraguai e Chile.

“Temos que criar o ambiente político para fazer com que os presidentes façam adesão ao projeto. Acredito que vamos avançar nisso”, salientou Ratinho Junior. “Depois desta etapa, vamos procurar viabilizar o projeto executivo, e a Itaipu pode ser a grande financiadora. A etapa seguinte á concessão por 40 ou 50 anos”, explicou.

Conclusão

Vale lembrar que o projeto da segunda ponte, entre Foz e Presidente Franco, não prevê a passagem de trens, só de caminhões.

Por isso, ao menos por agora, conclui-se que, mais do que uma utopia, a ligação bioceânica parece ser uma obsessão de Ratinho Jr. Mas uma obsessão muito positiva, por certo.