No ranking da covid-19, Brasil, Paraguai e Argentina despencam ainda mais

A não ser pelo exagerado temor de uma terceira onda, não haveria motivos pra Argentina manter a fronteira fechada.

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A não ser pelo exagerado temor de uma terceira onda, não haveria motivos pra Argentina manter a fronteira fechada.

Nada como uma semana depois da outra, da outra e da outra.

Brasil, Paraguai e Argentina cada vez mais se distanciam da ponta, no ranking dos países com mais casos e mortes por covid-19.

Nesta última semana, de acordo com o Worldometers, o Brasil aparece em 113º lugar, com 497 casos por milhão de habitantes.

A Argentina está em 118º, com 419 casos por milhão.

E o Paraguai surge em confortável 163º lugar, com 58 casos por milhão.

A situação não é tão boa assim quando se pegam os índices de óbitos por milhão de habitantes, mas até neste caso os três países veem progressivamente a tabela “dos de cima” do ranking aumentar, enquanto regridem escala abaixo.

O ranking é feito com 209 países e territórios.

NÚMEROS TOTAIS

Se for considerado o número absoluto de casos desde o início da pandemia, o Brasil está em 3º, atrás apenas de Estados Unidos e Índia; a Argentina em 9º; e o Paraguai, mesmo com uma população pouco superior a 7 milhões de habitantes, está em 61º, à frente de vários países populosos, como a Venezuela, a Austrália e até a China.

Em óbitos, Brasil em 2º, Argentina em 13º e Paraguai em 40º, uma posição difícil para os três, que estão piores (o Brasil, nem se fala) do que os europeus que viveram o pior da pandemia já no início, como França, Alemanha, Itália e Espanha.

Mas o tempo passou, os cuidados foram tomados e chegaram as vacinas.

DESCIDA

É assim que, nesta última semana, a Argentina está em 44º, com 21 mortes por milhão; o Brasil, melhor ainda, em 56º (15 óbitos por milhão); e o Paraguai despencou para o 163º lugar, com apenas 58 mortes por milhão, na semana.

Veja-se que a Argentina, em situação pior que Brasil e Paraguai, hoje está atrás, em mortes por covid-19, de Estados Unidos, Rússia, México e Cuba (o país caribenho está em 13º em mortes).

O Brasil está melhor que o vacinadíssimo Israel e só um ponto abaixo do também vacinadíssimo Reino Unido

E o Paraguai, além de todos esses, está melhor que Chile, Itália, Peru, França, Espanha e Reino Unido.

E O TRABALHO?

Com esses números, é claro que dá pra pensar em normalizar todas as situações que já foram emperradas pela pandemia.

Até quando terão que esperar os trabalhadores prejudicados pelo fechamento de fronteiras, de restaurantes, de lanchonetes, de bares? E os trabalhadores de comércio? Vão esperar até zerarem os números de covid-19? Isso não vai acontecer tão cedo.

E esperar mais significa condenar à fome milhões de pessoas, que hoje vivem de bicos, de pequenos afazeres apenas pra levar pra casa o pouco que conseguem.

Este é o argumento mais forte que os moradores de Misiones, de Puerto Iguazú podem levar ao governo nacional.

A covid-19 não passou, o coronavírus continua sendo uma ameaça. Mas, hoje, talvez seja um risco menor que a fome, que a ignorância dos nossos filhos, deixados ao léu, que a falta de assistência à saúde provocada pela exclusividade dedicada à covid.

É claro que precisamos vacinar mais. E logicamente há que se tomar os cuidados devidos. Mas é exatamente isto que se espera, até um excesso de cuidados – desde que a economia possa novamente fluir e beneficiar de imediato os mais prejudicados, os desempregados, os mais pobres.

Nesta quarta-feira, moradores de Puerto Iguazú lançam uma campanha pela reabertura da fronteira com Foz do Iguaçu. Que tenham sucesso.

“O 11 e o 7 de setembro na fronteira”
Guarê – Podcast do H2FOZ

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