Prefeitura informa 6.ª morte por dengue em Foz do Iguaçu

O homem foi atendido na UPA do Morumbi com quadro grave; cidade supera 38 mil notificações e 3.675 casos da doença.

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Nesta sexta-feira, 28, a prefeitura confirmou a sexta vida perdida por dengue em Foz do Iguaçu, no período epidemiológico 2022–2023, iniciado em agosto. É a quinta morte pela doença neste ano, ocorridas em fevereiro (3), março (1) e abril (1).

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A vítima recente é um homem de 72 anos, que foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Walter Barbosa devido ao quadro grave da dengue, o qual, “infelizmente, evoluiu para óbito no dia 6 de abril deste ano”, diz a Agência Municipal de Notícias (AMN).

Conforme a Vigilância Epidemiológica Municipal, a confirmação de morte por dengue ocorre após exames encaminhados ao Laboratório Central do Estado (Lacen). Esse equipamento fica em Curitiba (PR), sendo o responsável por ratificar falecimentos decorrentes da doença.

Na segunda grave epidemia de dengue em curto espaço de tempo – a anterior foi no ano epidemiológico 2019–2020 –, Foz do Iguaçu supera 38 mil notificações e 3.675 casos. Esse número elevado impacta o atendimento, provocando demora e falta de vagas.

Adiciona-se ao problema a incidência da febre chikungunya. A prefeitura registra 947 notificações e 397 casos confirmados, sendo 263 de não residentes e 161 em moradores iguaçuenses.
Multas

Nas ações diretas, a prefeitura concentra suas atividades em mutirões de coleta de lixo e entulho nos bairros de maior incidência da doença. Durante as mobilizações, são distribuídos informativos e ocorre a orientação dos moradores.

A gestão municipal afirma que aplicou 700 multas a quem não mantém imóveis livres de criadouros do mosquito da dengue. Os autos de infração vão de R$ 107 a R$ 10,7 mil, sanção prevista na legislação que instituiu decreto de emergência no dia 15 de março.

Avaliação e novas ações

O Comitê Municipal de Controle e Prevenção da Dengue fez balanço das ações e traçou novas estratégias de enfrentamento à doença. A intenção é que a mobilização seja mais permanente.
O grupo citou ações que acontecem neste fim de semana na Região Leste e mobilização no nordeste, em Três Lagoas, local onde o mapa de calor aponta aumento das notificações. O município também destaca a campanha nas escolas, lançada nesta semana.

Apesar dos altos números e do quadro caótico na rede de saúde, a prefeitura julga dar “exemplos no enfrentamento à doença”, mencionando a estrutura e o que considera ser a organização das ações.

Para isso, cita, como exemplos, “desde as ações de vigilância e monitoramento dos casos até o atendimento nas unidades de saúde, UPAs e Hospital Municipal”, expõe a AMN. Protocolos integrados, fluxos de atendimento e realização de hemogramas completam a lista.

Faltou planejamento

Em contraponto ao entendimento da prefeitura de que somente a iniciativa individual do morador poderia resolver o problema, o professor Walfrido Svoboda, do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), argumenta de forma mais ampla. Em reportagem exclusiva do H2FOZ, diz que esse quadro caótico poderia ser evitado com planejamento, o que considera ser um ponto crítico da cidade.

“O grande nó crítico hoje de Foz do Iguaçu é a falta de planejamento estratégico situacional”, ressalta. Para ele, deveria existir uma estrutura específica para fazer o planejamento das políticas públicas da saúde iguaçuense. Atualmente, os setores de planejamento e gestão estão juntos. “A gestão está apagando incêndio, enquanto o planejamento tem que estar pensando”, avalia.

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