Melado em cidade lindeira conquista mercados e fomenta o turismo

Doce feito em Capanema, a partir da cana-de-açúcar, caiu no gosto de visitantes; cidade fica na fronteira com a Argentina e junto ao parque. Assista.

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A transformação de cana-de-açúcar em um doce que caiu no gosto de visitantes vindos de várias regiões começou em Capanema nos anos 1980. A princípio, era de famílias de agricultores, principalmente descendentes de alemães que vieram do Rio Grande do Sul.

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Hoje, a cidade que faz fronteira com a Argentina, sendo lindeira ao Parque Nacional do Iguaçu, é reconhecida nacionalmente como a Terra do Melado. As características geográficas e climáticas do município favoreceram o cultivo de cana-de-açúcar.

O melado de Capanema é reconhecido com o selo de Indicação Geográfica (IG), que aponta produtos tradicionais paranaenses. A série de reportagens da Agência Estadual de Notícias (AEN) retrata o impacto dessa chancela.

Assista à reportagem da AEN:


A produção de melado foi sendo profissionalizada, feita de forma orgânica. O resultado, mais do que o sabor, foi o alcance de outras praças pelo produto, que chegou, além de diversas regiões do Paraná, a Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

A IG foi concedida aos produtores por meio da Associação Doce Iguassu e agregou ainda mais valor ao produto. O melado feito no Sudoeste do Paraná é uma delícia para ser consumido in natura, mas também é usado como:

  • adoçante natural em receitas;
  • cobertura para sobremesas;
  • ingrediente em produtos de confeitaria e panificação;
  • doces, a exemplo de rapadura, puxa-puxa, bolachas e bolos comercializados com as marcas do melado capanemense.

Conforme a AEN, Capanema produz cerca de 400 toneladas do produto por ano. Presidente da Associação Doce Iguassu, Odair Fernando Martini explica que o objetivo da entidade é contribuir para organizar o trabalho das fábricas de melado e o turismo rural. “O melado já era produzido há décadas, mas não era muito valorizado porque faltava qualificação aos produtores”, afirma.

Parceria entre a associação, Governo do Estado, prefeitura e Sebrae possibilitou o crescimento e a modernização da produção. Com a padronização e reconhecimento nacional da IG, os produtores associados tiveram um aumento de 40% no valor de venda do melado de Capanema. Todos os mais de 20 mil moradores da cidade se beneficiam da Indicação Geográfica, avalia o presidente da entidade.

“O pessoal vem por causa do melado, mas acaba comprando de outros produtores, visitando os balneários e frequentando os campings e pousadas”, expõe Odair. “Isso é muito bom para Capanema, que é uma cidade pequena, em que todos precisam se ajudar”, completa.

“Quando fundamos a associação, em 2006, fomos atrás de recursos para aumentar a renda dos produtores e evitar o êxodo rural, porque os jovens estavam deixando Capanema por falta de dinheiro e perspectiva, e agora eles estão conseguindo prosperar”, revela o presidente.

Feira do Melado

Desde 1990, Capanema promove, a cada dois anos, a Feira do Melado. Geralmente em agosto. No ano passado, o evento recebeu cerca de 140 mil pessoas, além de 250 expositores. A feira representa um potencial econômico, movimentando aproximadamente R$ 200 milhões em negócios agrícolas.

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