O lixo e o cigarro

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Aida Franco de Lima – OPINIÃO

A coleta seletiva de lixo ainda não pegou. Não foi absorvida pela classe empresarial, gestores e comunidade. E isso não é difícil de constatar. É só andar pela cidade ou zona rural e nos deparamos com toneladas de recicláveis que se transformaram em resíduo poluente, porque foram destinados incorretamente.

Materiais que poderiam ser reaproveitados, indo para o lixo. A rota fatal só é desviada se antes passar no local algum coletador de recicláveis. Aliás, os coletadores são pessoas importantíssimas nesse ciclo e que ainda não foram notados por aqueles que deveriam pensar e estimular técnicas sustentáveis, na destinação dos resíduos.

Essa prática precisa ser incorporada de fato na vida cotidiana. Mas as pessoas não vão aprender isso de uma hora para a outra. Precisa de haver um trabalho efetivo de orientação para que a comunidade realmente cultive esse hábito, no cotidiano.

No Brasil, 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são enviados para esse processo, índice muito abaixo de países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA). (Fonte: Agência Brasil)

Há algumas décadas venderam a ideia de que era moderno fumar. As pessoas fumavam nos mais variados ambientes. Me lembro que entre os presentes de casamento de meus pais, no jogo de louças, havia até um cinzeiro. Nos ônibus era permitido fumar, inclusive havia cinzeiro nos encostos de braço e as marcas de cigarro patrocinavam desde corridas a festivais de rock ou jazz.

Mas o cigarro passou a ser combatido e hoje, por mais fumantes que tenhamos ao redor, parece difícil de acreditar que no passado o cigarro era apresentado às crianças em formato de chocolate. Separar o lixo, sai até mais barato para o município, que muita vezes tem contrato com a empresa terceirizada e paga pela quantidade coletada. Seria até mais barato. Até uma criança de cinco anos entende.

Ainda estamos muito longe de compreendermos que o lixo deveria ter um outro destino, que não poluir os ambientes por onde é lançado e matar a fauna. O lixo é o caldo da indústria e uma boa parte, é dinheiro mal aproveitado. É tão óbvia a gravidade que significa o lixo sem destino correto, que nem dá pra acreditar. Não separar o lixo é igual estimular criança a fumar: coisa absurda!

Há tecnologia inclusive para reaproveitar as bitucas de cigarro. “Cerca de 4,5 trilhões de bitucas de cigarro são descartadas por ano. Só em São Paulo, 14 milhões de bitucas são espalhadas pela cidade a cada 24 horas, de acordo com levantamento feito pela Câmara dos Vereadores de São Paulo.” É o que informa o site Recicla Sampa.

O que é que falta para a virada de chave, dos gestores? Quando é que a população vai ser orientada a fazer da separação de lixo, um hábito? Não pode demorar mais ainda, porque o Planeta não está dando conta.

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