Quantia de recursos cobra gestão eficaz da saúde em Foz

A prefeitura prevê verba 15% maior para a Secretaria de Saúde no ano que vem: R$ 473 milhões. Serão R$ 180 milhões ao Hospital Municipal.

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Orçamento condizente, políticas assertivas de prevenção e tratamento adequado são fatores que contribuem para mitigar o adoecimento e elevar a qualidade de vida da população. Em Foz do Iguaçu, as cifras financeiras aumentam exponencialmente para a saúde, sem conter a afluência de doentes.

A prefeitura diz ter feito investimento inédito em políticas de prevenção, o que teria levado à ampliação das equipes de Saúde da Família a 100% de cobertura. Quer dizer que cada morador disporia de um plantel multidisciplinar – que pode atender até 3.500 pessoas – como referência nas comunidades para acompanhamento e seguimento de cuidados.

O programa atua “identificando situações de risco e promovendo a saúde”, advoga o prefeito Chico Brasileiro (PSD). Entretanto, no mundo real, as reclamações sobre o funcionamento do sistema se reproduzem entre a população, assim como as cobranças em instâncias institucionais, a exemplo da Câmara de Vereadores e do Ministério Público do Paraná.

A atenção primária totalizou 400 mil atendimentos, de janeiro a julho deste ano, conforme a gestão municipal, o que gera indagação acerca do resultado efetivo das ações preventivas reivindicadas pela administração. A média chega a 57 mil procedimentos por mês, equivalendo a um iguaçuense adoecido a cada cinco habitantes, por analogia.

A essência da atenção primária à saúde é cuidar das pessoas, não apenas tratar doenças. Isso é o que define a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a agência internacional para as Américas. O rol de serviços se baseia na promoção e prevenção, ou seja, inclui de orientação alimentar ao tratamento, passando pela educação em saúde.

Atenção primária eficaz leva a indicadores favoráveis de saúde em todos os níveis e ajuda a diminuir as filas para intervenções especializadas, que ao final do ano passado chegavam a 40 mil procedimentos, como contabilizou a promotoria iguaçuense. Em agosto último, três a cada dez cobranças por requerimentos do Legislativo trataram de saúde.

E não é só. A prefeitura prevê verba 15% maior para a Secretaria de Saúde no ano que vem: R$ 473 milhões. Serão R$ 180 milhões ao Hospital Municipal, equipamento que a municipalidade se debate para entregar à responsabilidade de outras instâncias governamentais, em final de mandato e, por ora, sem proposta nítida, especialmente sobre a enorme dívida da unidade.

Em simples exemplificação, soa contrassenso falar de prevenção quando Foz do Iguaçu emenda uma epidemia de dengue na outra, agora coincidindo com a grave chikungunya, que fez a primeira morte na cidade há pouco tempo. Com mais de R$ 400 milhões ao setor, a gestão tem a obrigação de levar à saúde, e não remanescer na doença dos iguaçuenses.

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