
Por Professor Caverna
Primeiro de tudo, vamos desmistificar. Ansiedade não é frescura. Não é “coisa da sua cabeça” no sentido pejorativo. Ela realmente tá na sua mente, sim, mas isso não quer dizer que você pode simplesmente “parar de sentir”. É um mix biológico, psicológico e social. A filosofia existe há milênios pra responder uma pergunta que todo mundo já fez um dia: “Como viver melhor?” E, nesse caminho, muitos filósofos acabaram enfrentando dilemas parecidos com os nossos inclusive a ansiedade. Só que eles não chamavam de “ansiedade”, chamavam de “agonia da existência”, “angústia da liberdade”, “medo do desconhecido” ou simplesmente “sofrimento humano”.

Vamos começar com um time clássico: os estoicos. Pensa em Sêneca, Epicteto, Marco Aurélio… esses caras não tavam de brincadeira. Eles viviam num mundo tenso guerras, escravidão, doenças sem cura e mesmo assim pregavam uma vida calma e centrada. Como? Com o lema: “Se não depende de você, relaxa.” Epicteto dizia, “Não são as coisas que nos perturbam, mas o julgamento que fazemos delas.” Ou seja, não é o que acontece que gera ansiedade, mas a nossa forma de interpretar aquilo. Tá esperando um resultado de prova? Você não controla a nota, mas controla a sua reação. Vai ter uma entrevista? Não controla a decisão do recrutador, mas pode controlar o quanto se prepara.
Agora vamos dar um salto pro século XX e colar em Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista. Esse cara mandou a real: “Estamos condenados a ser livres.” Parece loucura, né? Tipo: “Como assim liberdade é condenação?” Sartre acreditava que a ansiedade vem do peso de escolher. Porque a cada escolha, a gente tá moldando quem a gente é. Não dá pra escapar disso. E isso dá um frio na barriga, sim. Mas ao mesmo tempo, é libertador. Quer dizer que você não é prisioneiro do seu passado, das expectativas da sociedade ou do que os outros esperam. Você pode criar sua própria história. Então, quando a ansiedade bater sobre o futuro, lembra: não existe um “destino pronto”. Você é o roteirista da parada. Vai doer, mas é aí que tá a beleza.
Schopenhauer era o gótico suave da filosofia. O cara olhava o mundo e dizia: “A vida é sofrimento.” Mas, calma, ele não era um emo derrotado. Ele tava tentando ser sincero. Pra ele, o ser humano sofre porque deseja o tempo todo. A gente nunca tá satisfeito. Quando consegue o que quer, já quer outra coisa. E esse ciclo alimenta a ansiedade. Tipo: “Quando eu passar na faculdade, vou ser feliz.” Aí passa. E agora? “Quando eu me formar.” E assim vai…O conselho dele era simples e profundo: aprenda a desejar menos. Valorize o agora. Encontre prazer nas coisas simples. Em outras palavras, seja minimalista emocional. Isso soa muito como os ensinamentos do budismo, aliás, que ele mesmo estudava.
Pausa pra um nome que talvez você não conheça, mas que muda tudo: Viktor Frankl. Ele era um psiquiatra austríaco que sobreviveu aos campos de concentração nazistas e escreveu o livro “Em busca de sentido”. Frankl dizia que a ansiedade nasce muitas vezes da falta de propósito. Quando a vida parece vazia, qualquer coisa vira uma tempestade. Mas quando você tem um sentido, mesmo o sofrimento pode ser suportado. Ele chamava isso de logoterapia a terapia do sentido. Se você sente ansiedade existencial, esse vazio que parece que não tem fim, pergunta: “Por que eu levanto da cama todo dia?” Não precisa ser algo épico. Pode ser cuidar do seu cachorro, terminar aquele projeto, ajudar alguém, crescer como pessoa. O que importa é que faça sentido pra você.
Agora sai um pouco da linha clássica da filosofia e pensa na vida real: a gente vive com o cérebro fritando. Notificação, comparação, multitarefa… tudo isso alimenta a ansiedade. Sabe quem falaria disso se estivesse vivo hoje? Sêneca, de novo. Ele já dizia que o problema não é a vida ser curta, mas a gente desperdiçá-la com coisas inúteis. Imagina ele vendo a gente rolando o feed por horas e depois dizendo que “não tem tempo pra respirar”. A filosofia nos ensina a pausar. A sair do automático. A refletir. Pode ser num caderno, numa caminhada, numa conversa ou até lendo um texto como esse. Quando a gente começa a prestar atenção no que sente, já é meio caminho andado pra acalmar a mente.
Muita gente acha filosofia difícil porque lê os livros errados ou tenta entender tudo de uma vez. Mas a real é que filosofar é conversar com os sábios do passado. É ouvir Platão, Nietzsche, Simone de Beauvoir, Hannah Arendt… e depois perguntar: “O que isso tem a ver comigo?” Essa conversa muda a gente. A gente começa a ver que não tá sozinho. Que esse turbilhão na cabeça já foi sentido por milhões antes de nós. E eles deixaram pistas. Dicas. Ferramentas. Por isso, quando a ansiedade bater, você pode abrir um livro de filosofia como quem liga pra um amigo velho. Talvez não resolva tudo na hora. Mas com o tempo, você se sente menos perdido.
Agora vem um ponto que pouca gente fala: ansiedade também é um sinal de inteligência. Pensa comigo: pra se sentir ansioso, você tem que imaginar possibilidades, pensar no futuro, calcular riscos… Isso é cérebro funcionando no modo turbo. A questão não é matar a ansiedade, mas domá-la. Tipo um cavalo bravo. Ele pode te derrubar ou te levar mais longe. Quem vai decidir isso é você. A filosofia ajuda a pegar as rédeas dessa montaria. A entender que nem tudo precisa de resposta agora. Que nem toda sensação precisa ser resolvida algumas só precisam ser sentidas.
Pra não ficar só no papo, bora de dicas práticas. Não é autoajuda barata, é filosofia aplicada: Diário Estoico: Todo dia de manhã, escreve três coisas que estão no seu controle hoje. E três que não estão. Se comprometa só com as primeiras. Meditação Existencial: Reserve 10 minutos pra ficar quieto e se perguntar: “O que é essencial pra mim?” Não busca resposta certa, só escuta. Filosofia de Bolso: Escolhe uma frase filosófica por semana pra carregar contigo. Tipo: “Só se vive bem quando se morre todo dia um pouco.” Montaigne. E reflita sobre ela. Detox Filosófico: Fica um dia sem redes sociais e, no lugar, leia um texto filosófico. Pode ser curto. Mas que te faça pensar. Depois, escreve o que sentiu.
No fim das contas, ansiedade é um lembrete de que você se importa. Com o futuro, com seus sonhos, com o que os outros pensam, com o que pode dar errado. Tudo isso é humano. A filosofia não promete eliminar a ansiedade. Mas ela pode te ensinar a conviver com ela com mais clareza, mais presença e menos medo. Pode te ajudar a transformar esse nó na barriga em combustível pra crescer. Porque viver não é ficar zen o tempo todo. É seguir em frente mesmo quando o coração tá acelerado. Se a vida é uma viagem maluca cheia de curvas, buzinas e neblina a filosofia é aquele GPS sábio que diz: “Calma. Respira. Vira à esquerda. E segue.”
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Convite Especial: Café Filosófico
Reflexões para Pais e Filhos
Prezadas famílias!
Temos o prazer de convidá-los para o V Café Filosófico, um encontro especial onde pais e filhos poderão compartilhar um momento de reflexão e diálogo sobre os dilemas da vida.
Em um mundo repleto de desafios e mudanças constantes, criar espaços para conversas significativas fortalece os laços familiares e amplia nossa visão de mundo. Neste evento, vamos explorar juntos questões que nos fazem pensar, crescer e nos conectar de maneira mais profunda.
Por que participar?
✔ Fortaleça a relação com seu filho(a) por meio do diálogo
✔ Reflita sobre valores, escolhas e desafios da vida
✔ Compartilhe ideias em um ambiente acolhedor e inspirador
Data e local: Zeppelin
Contaremos com um ambiente descontraído e um delicioso café para tornar este momento ainda mais especial!
Venha viver essa experiência enriquecedora conosco! Sua presença fará toda a diferença.
Esperamos você e sua família!
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Ingressos para o V Café Filosófico:

https://cafefilosoficoo.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/1-lote-ingressos
Comunidade do “Café Filosófico” no WHATSAPP:

https://chat.whatsapp.com/Ewehn3zxEBr6U0z96uZllP
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Obs. Caro leitor, o objetivo aqui é estimular a sua reflexão filosófica, nada mais! mais nada!
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