Ministério de Educação do Paraguai divulga protocolo de volta às aulas, em setembro ou em 2021

Seriam aulas semipresenciais, com metade dos alunos na escola e a outra metade em casa, para depois haver alternância.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

 

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, sempre disse que "as aulas presenciais e a reabertura das fronteiras ficarão por último", dentro do plano de flexibilização das medidas de controle da pandemia de covid-19.

 

Este "por último", para as aulas, pode ser setembro, pelo menos segundo uma das propostas do Ministério de Educação e Ciências (MEC), que apresentou um protocolo de retorno seguro à escola, com classes semipresenciais: metade dos alunos estaria em aula e outra metade em casa, alternadamente, conforme noticia o jornal La Nación.

O vice-ministro de Educação, Robert Cano, disse que estão sendo analisadas todas as possibilidades. Uma delas é de volta às aulas em setembro, mas ele, pessoalmente, é a favor de que as aulas presenciais sejam retomadas só no ano que vem. No entanto, tudo depende do aval do Ministério de Saúde.

O protocolo do MEC prevê aulas com grupos reduzidos, entre 10 e 15 alunos em cada sala de aula, bem arejada e com horário rotativo, para que enquanto um grupo esteja na escola, o outro fique em casa, e depois se alternem. Quanto às atividades físicas, poderão ser feitas também em grupos reduzidos.

A alimentação escolar será mantida na modalidade de kit, a ser retirado pelas famílias dos estudantes inscritos no programa.

As aulas presenciais devem ser organizadas por disciplina, priorizando os conteúdos imprescindíveis. A modalidade a distância será mantida, de acordo com os horários das aulas.

Diretores de escolas são contra

O presidente do Sindicato Nacional de Diretores (de escolas), Miguel Mareco, disse que foi pego de surpresa com o protocolo divulgado pelo Ministério de Educação do Paraguai, para um possível retorno às aulas em setembro.

"Totalmente irrelevante e fora do tempo, havendo situações muito mais importantes em educação que hoje devem ser analisadas, como fazer chegar os guias didáticos e materiais de apoio pedagógico a muitíssimos distritos onde não há conectividade", disse.

Segundo ele, não há condições de infraestrutura para receber os alunos com os protocolos que a pandemia exige. Mareco deu exemplos dessas carências, como a falta de banheiros por sexo e de água potável, além dos custos para cada aluno de utilizar uma máscara por dia.

"Só se querem trazer as crianças a uma morte segura, a um genocídio", disse. "O tema que se deve tratar agora é se chegou até 1 milhão 600 mil estudantes algum material de ensino, ver como serão feitas as avaliações de final de ano", disse, ainda.

Nem o Sindicato de Diretores nem os demais sindicatos de docentes vão permitir o retorno às classes presenciais, porque não há garantias de segurança para ninguém, advertiu.

Em relação à conectividade virtual, Miguel Mareco estimou que 70% dos alunos têm acesso à Internet, e que nesse momento deve-se trabalhar numa alternativa para atender os 30% que hoje estão fora do mundo virtual.

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