O 1.º Seminário de Valorização do Patrimônio Cultural reuniu, em Foz do Iguaçu, acadêmicos, comunidade, gestores públicos e especialistas para discutir a preservação da memória histórica do município. Realizado na antiga Câmara Municipal, hoje Estação Cultural de Artes Visuais, o evento destacou estudos, iniciativas e vivências sobre o resgate do patrimônio local, com participação de representantes de instituições como o Parque Nacional do Iguaçu e universidades.
Para Pedro Louvain, presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural e organizador do seminário, o evento realizado na antiga Câmara Municipal, atual Estação Cultural de Artes Visuais, possui um significado histórico. “Esse prédio foi o sétimo tombamento da cidade. Estar aqui realizando o encontro é marcante.”
O seminário destacou projetos e ações voltados ao resgate da memória histórica de Foz do Iguaçu. “Todos trouxeram contribuições valiosas sobre o patrimônio cultural. Além disso, contamos com a participação de Puerto Iguazú, que nos permitiu conhecer a arqueologia do baixo Iguaçu e experiências do patrimônio histórico do século 20”, explicou Louvain.
Preservação e valorização da história
O encontro abordou a importância de preservar e valorizar a história da cidade, desde seus primeiros habitantes até marcos como Itaipu e o Parque Nacional do Iguaçu.
Para o chefe do Parque Nacional, José Ulisses dos Santos, esse resgate fortalece a identidade cultural dos iguaçuenses. Ele lembrou que o parque, que abrigou o primeiro museu da cidade na década de 1940, está diretamente ligado à história do turismo e à memória de Foz do Iguaçu.
O juiz Rui Ferreira, coordenador do Grupo de Memória da Justiça Federal/Paraná, destacou que iniciativas como o seminário incentivam a sociedade a reconhecer a relevância de preservar o patrimônio cultural como forma de salvaguardar a identidade e a memória coletiva.
Projetos acadêmicos e comunitários
Entre os destaques, o inventário arbóreo da casa de Harry Schinke, coordenado pelo geógrafo Diego Morais, mapeou espécies de árvores no local, revelando o potencial turístico e cultural da área. Já o projeto “Causos de Foz”, idealizado pela jornalista Rita Araújo, promove rodas de conversa com pioneiros da cidade, mantendo vivas as histórias e experiências que moldaram a comunidade.
O geógrafo Diego Morais coordenou um inventário arbóreo na área da casa de Harry Schinke, mapeando espécies com drones e apoio acadêmico. “Observar o Monjolo e o Rio Paraná é como uma pintura; isso valoriza a área”, disse. Tombada recentemente, a casa pode inspirar projetos semelhantes na cidade, ampliando espaços de lazer e cultura.
Encerramento com visita técnica
O seminário terminou com uma visita técnica ao Parque Nacional do Iguaçu, que incluiu apresentações sobre patrimônios móveis e imóveis do município. Segundo Elisiana Kleinsmith, parecerista de tombamentos, o reconhecimento do patrimônio cultural é essencial para fortalecer a conexão da população com sua história. “Patrimônio é um documento vivo que preserva nossa identidade e nossa origem”, destacou.
O evento consolidou o diálogo entre diferentes atores sociais e reforçou o papel da preservação da memória para o desenvolvimento cultural e turístico de Foz do Iguaçu.
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