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Foz terá o terceiro robô do Brasil mais avançado do mundo em cirurgias

Equipamento de fabricação chinesa estará disponível no Hospital Unimed de Foz em dezembro deste ano

4 min de leitura
Foz terá o terceiro robô do Brasil mais avançado do mundo em cirurgias
Com resolução submilimétrica, o robô, fabricado pela empresa chinesa Medbot, tem câmeras e pinças que permitem ao cirurgião fazer movimentos finos. Divulgação

A cirurgia robótica de alto padrão está chegando a Foz do Iguaçu. A partir de dezembro, o Hospital Unimed contará com um equipamento para fazer procedimentos minimamente invasivos por meio de câmeras de vídeo potentes.

Com resolução submilimétrica, o robô, fabricado pela empresa chinesa Medbot, tem câmeras e pinças que permitem ao cirurgião fazer movimentos finos e suturas sem a necessidade de realizar cortes ou abrir o paciente.

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Por meio de pequenos furos no corpo humano, o equipamento, controlado pelo médico, acessa cavidades internas. Nos procedimentos por videolaparoscopia, o próprio cirurgião manipula os instrumentos; já na robótica, o profissional controla o robô encarregado do procedimento. 

“Essa precisão faz com que o médico consiga acessar estruturas muito pequenas, fazer reconstruções vasculares, de nervos, do tórax e abdômen do paciente com mais precisão”, explica o médico e diretor técnico do Hospital Unimed, Allan Gurgel.

O equipamento está sendo aguardado em Foz do Iguaçu e tem previsão para entrar em atividade em dezembro deste ano.

De acordo com Gurgel, o robô será o terceiro a ser disponibilizado no Brasil de um total de dez previstos para chegar ao país. Outros dois estão em funcionamento em São Paulo e Porto Alegre.

O robô cirúrgico é operado pelo próprio cirurgião, que fica em uma estação. Nesse caso, a cirurgia pode até mesmo ser feita a distância, por médicos que estejam em outros países.

Com esse tipo de procedimento, a recuperação do paciente é mais rápida e, em alguns casos, com previsão de alta um dia depois da cirurgia.

Essa precisão faz com que o médico consiga acessar estruturas muito pequenas, fazer reconstruções, diz Allan Gurgel. Foto: Marcos Labanca

IA corrige movimentos

Por meio de inteligência artificial, o robô corrige movimentos e auxilia o cirurgião na utilização de pinças. O médico é acompanhado por uma equipe de instrumentadores que fazem a troca de pinças e auxiliares que ficam em volta do paciente.

O procedimento via robô só pode ser executado por médicos-cirurgiões. Para isso, é preciso ter experiência em cirurgias de laparoscopia e posteriormente realizar o treinamento oferecido pela indústria que fabrica o equipamento.

Segundo Gurgel, em Foz do Iguaçu já há médicos certificados para usar outros equipamentos, os quais precisarão apenas passar pelo treinamento oferecido pela indústria.

Hospital Unimed tem 42 leitos em funcionamento. Foto: Marcos Labanca

Foco é em cirurgia geral e abdominal

Com quatro pinças, o robô não faz todo tipo de procedimento. O foco é cirurgia geral abdominal, incluindo a renal, bariátrica, torácica, ginecológica, retirada de vesícula, correção de problemas intestinais, endometriose.

Também é possível realizar alguns tipos de cirurgias oncológicas, como a retirada de tumores com menor lesão possível em estruturas saudáveis do corpo.

Segundo Gurgel, há expectativa de que seja regulamentada a cirurgia de próstata, para retirada de tumor, via Sistema Único de Saúde (SUS), com o uso do robô.

Hospital passa por ampliação

Inaugurado há pouco mais de um ano, no Bairro do Futuro, o Hospital Unimed tem 42 leitos em funcionamento e mais de sete mil metros quadrados.

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tem padrão A, com boxes individuais que permitem a presença de familiares durante 24 horas junto ao paciente.

Hospital foi inaugurado há pouco mais de um ano. Foto: Marcos Labanca

O hospital está sendo ampliado, e a previsão é a de que, até o primeiro semestre de 2026, conte com mais três salas cirúrgicas, uma delas híbrida para acomodar operações de grande porte.

A Central de Material de Esterilização é a mais moderna da região e vai ser aprimorada para lavagem e esterilização das pinças que serão usadas no robô.

O hospital atende a alguns planos de saúde, incluindo a Unimed, e pacientes particulares. A cirurgias robóticas são bancadas pelos planos, mas uma parte do custo tem de ser arcada pelo paciente.

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    Denise Paro

    Denise Paro é jornalista pela UEL e doutoranda em Integração Contemporânea na América Latina. Atua há mais de duas décadas nas Três Fronteiras e tem experiência em reportagens especias. E-mail: deniseparo@h2foz.com.br