Não é notícia repetida: prefeitura decreta emergência por epidemia de dengue

Cidade supera 11 mil casos notificados e confirmados da doença; LIRAa mostra alto índice de infestação do Aedes aegypti.

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Aconteceu o que organizações da sociedade civil, no ano passado, pediam que as ações municipais fossem capazes de evitar: uma crise sanitária por causa de dengue encadeada a outra. A prefeitura decretou a situação de emergência decorrente da epidemia da dengue em Foz do Iguaçu.

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O motivo da resolução são os dez mil casos notificados e as 1.280 confirmações da enfermidade, no período epidemiológico iniciado em agosto. E o levantamento feito pelo setor de zoonozes para infestação.

Para determinar a atual situação emergencial, a administração municipal cita também os altos índices de infestação do mosquito apontados no Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa). A previsão é de que o pico da doença seja entre março e abril.

Em 2023, Foz do Iguaçu bateu recorde de óbitos, sendo a segunda cidade do Paraná com o maior número de vidas perdidas e de casos da doença. Foi uma das epidemias mais agudas da história, tratando-se dessa arbovirose, com superlotação do serviço de saúde.

A prefeitura, por meio da Secretaria da Saúde e da Vigilância Epidemiológica, pede o reforço dos serviços públicos e privados na assistência aos pacientes de dengue. O pedido é por “possível risco de sobrecarga dos atendimentos” pelo aumento de casos notificados e confirmados nas quatro últimas semanas.

“Apesar de não estarmos vivendo a mesma situação que registramos no ano passado, o número de casos tem aumentado consideravelmente nas últimas quatro semanas”, expõe a secretária municipal de Saúde, Rose Meri da Rosa. É o que coloca a cidade em situação de emergência, diz.

O decreto, no contexto de epidemia em Foz do Iguaçu, permite, se necessária, a realização de compras e contratações emergenciais.

Medidas do município

O decreto de situação emergencial mantém, entre outras medidas, a obrigatoriedade a todos os proprietários de imóveis do município de conservar limpos quintais, terrenos e imóveis. Isso inclui a retirada de mato, lixo e material que acumule água e possibilite a reprodução do Aedes aegypti.

As multas aplicadas, em caso de descumprimento, são de R$ 3,2 mil, conforme a gestão municipal. Mas os valores podem variar de acordo com a gravidade ou a reincidência e chegar a R$ 11 mil.

A prefeitura enumera, entre suas ações, a vacinação contra a dengue e a realização de três mutirões de limpeza nas regiões populares da cidade. A quarta mobilização acontece no Morumbi, seguindo até o próximo sábado, 16.

A procura das doses iniciais da vacina contra a dengue em Foz do Iguaçu é baixa. Pouco mais de 13% do público-alvo, de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, recebeu a dose. Apesar da relevância do imunizante, autoridades sanitárias nacionais lembram que a imunização não é o que refreará a aceleração atual da doença.

Dez minutos contra a dengue

Além das ações de competência do poder público, o morador deve ajudar a enfrentar a epidemia de dengue. Dez minutos é tempo suficiente para manter limpos os quintais, terrenos e imóveis, além de eliminar recipientes que permitam a reprodução do Aedes aegypti.

Algumas dicas ao morador são:

  • esvaziar garrafas PET, potes e vasos;
  • conferir calhas e caixa-d’água;
  • evitar pneus em locais descobertos; e
  • eliminar sucatas e entulhos.
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