Candidatos a prefeito de Foz do Iguaçu e os 50% mais um dos votos

Leia a opinião do portal sobre a cidade ter conquistado o requisito para realizar segundo turno.

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Em 6 de outubro do ano que vem, se a apuração não contabilizar candidato a prefeito de Foz do Iguaçu com mais da metade dos votos, o chamado 50% mais um, ocorrerá novo escrutínio para definir o próximo plantonista do Palácio das Cataratas. A cidade adquiriu o requisito, isto é, a possibilidade de segundo turno, ao chegar nesta semana a 200 mil eleitores aptos.

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Dificilmente esse número vai desidratar, mesmo com eventuais depurações, devido aos novos cadastramentos que ocorrem mês a mês, projeta o juiz de sufrágio. As mulheres formam a maioria que irá às urnas, com uma vantagem que era de 16 mil pessoas no meio deste ano ante o contingente masculino; o eleitor está mais escolarizado e encarna perfil mais jovem.

A chegada do segundo turno a Foz do Iguaçu causou reações diversas. Cidadãos que garantem apego desinteressado ao exercício cívico advogam ser mais justa a eleição em duas rodadas. Entre muitos eleitores, com um sem-número de razões para descrer na classe política, há o sentimento de esforço dobrado por duas idas à seção. E mais gasto para o erário.

A permissão ao segundo turno em Foz do Iguaçu faz com que marqueteiros e especialistas em atendimento ao candidato corram para revisar o plano de voo. Entre muitos deles flui a ideia de realização, já que o cliente não perderia tudo caso aposte na disputa ao Executivo mesmo sem chances, resguardando uma carta na manga para aliançar-se depois, torcendo para a pulverização do voto existir.

Restando menos de um ano para a eleição, há mais de uma dúzia de candidatáveis a prefeito, de todos os espectros ideológicos, até mais de um no mesmo partido e outros à procura de siglas que os acolham. São tantos que daria para encher uma legislatura de vereadores, caso todo o plantel tivesse respaldo eleitoral suficiente para conseguir um assento na Câmara.

Mas e a cidade e quem mora nela? Contam-se muitos pragmáticos e tão poucos programáticos nesse período de costuras e preparação para 2024. Plano de governo? Basta um calhamaço para atender à regra. Projeto de futuro para Foz do Iguaçu? Nada que sites de gestão pública não resolvam, já que esse plágio não seria novidade na eleição majoritária local.

Cerca de 109 mil eleitores (55%), o que corresponde mais ou menos à quantidade necessária para uma vitória em único turno, têm a partir de 16 e beiram os 40 anos, sugerindo a exigência de um discurso contemporâneo, não passadista. Terá maior chance de sucesso, pois, o candidato que conseguir entender as demandas atuais e fazer não apenas o eleitor sonhar, mas apostar em uma Foz do Iguaçu com as oportunidades e melhorias que hoje não se notam palpáveis.

Desde os anos 1980, o iguaçuense deu mais da metade dos votos a apenas três prefeitos. O primeiro a obtê-la foi Dobrandino da Silva, com o popular MDB. A representação do “novo” levou Reni Pereira a repetir a marca. Chico Brasileiro ficou com a maioria quando era considerado uma promessa. Se não existe no mercado fórmula pronta para vencer uma eleição, tem-se fartura de exemplos do que não fazer com a confiança e a expectativa do eleitor.

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