Parece lugar-comum afirmar que duas Foz do Iguaçu coexistem no mesmo espaço territorial: uma delas é para a experiência do turista; a outra, onde vive o morador. Mas não há forma mais apropriada para exemplificar, a fim de enumerar-se demandas diferenciais para o bem-estar da população, que não recebem a atenção adequada em distintas gestões.
Em duas reportagens especiais, o H2FOZ mostra que Foz do Iguaçu possui as piores condições de calçadas entre os maiores municípios do Paraná e que metade da população mora em ruas sem bueiros e bocas de lobo. Vias para pedestres e sistemas de drenagem têm pouco espaço no debate público, ainda mais em tempos de obras estruturantes — intermináveis, é verdade.
Somente um a cada quatro iguaçuenses vive em ruas onde as calçadas estão livres de obstáculos. Os dados são do Censo Demográfico do IBGE. O restante da população, 67%, reside em vias em que os caminhos para o ir e vir seguro de pessoas a pé, cadeirantes ou com carrinhos de bebê possuem limitadores.
Entre os obstáculos nas calçadas, os mais comuns são vegetações — que, sem manejo correto, adentram os espaços de pedestres; postes e placas, que interferem no deslocamento das pessoas. Isso sem contar os buracos e as deformações, devido à falta de manutenção e cuidado.
E, para muitos moradores de Foz do Iguaçu, sinal de chuva é sinônimo de temor de enchentes e alagamentos, que afetam residências e comunidades. A falta de bueiros e bocas de lobo, identificada pelo IBGE em vias que concentram 52,5% dos moradores, é parte desse problema, ajudando a comprometer o que se convencionou designar de direito à cidade.
Trata-se de infraestrutura que pode ser considerada básica — Maringá tem 97,7% de suas ruas e avenidas cobertas por esse sistema. A reportagem contextualizou outros problemas de drenagem no município, adicionais à deficiência de bueiros e bocas de lobo, sendo a impermeabilização do solo urbano um deles.
Não faz muito tempo, a corrida à reeleição do ex-prefeito Chico Brasileiro (PSD) pode ser contada pela quilometragem de pavimentação de ruas e avenidas. Nem se discute a qualidade “casca de ovo” de muitos trechos. A falta de critério para o asfalto em vias urbanas é considerada por especialistas um dos agravantes que contribuem para alagamentos.
Em outro exemplo, bairro da região do Jardim São Paulo, o São Luiz espera o término de obras de contenção de enchentes que foram começadas há oito anos. A última fase do projeto tem o custo de R$ 4,2 milhões e deveria ter iniciado em setembro de 2024. Nem mesmo um tijolo foi colocado. Só a placa promocional.
Só hj em 2025 viram isso ou vem de longa data, notícia tem que ser completa.
O problema é de longa data, mas os dados recentemente divulgados são do último censo do IBGE, Enemercia.