Não espere dos vereadores mais do que sim ao prefeito sobre transporte coletivo

Reiteradamente prometido à população, o serviço eficiente e de qualidade não se tornou realidade, e as reclamações continuam. O valor da passagem aumentou.

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Menos de seis meses depois de aprovarem o primeiro montante à empresa de ônibus, no valor de R$ 6 milhões, vereadores que dão sustentação ao prefeito Chico Brasileiro (PSD) não viram problema em aumentar essa fatura. Por 9 votos a 2, a bancada de apoio autorizou mais R$ 4,35 milhões na última quarta-feira (17).

A prefeitura sustenta ter havido, desde que entrou em vigência o contrato atual, em março deste ano, elevação do custo do diesel em 48%. A argumentação inclui o aumento da frota de veículos rodando e da quilometragem percorrida.

Fato é que agora são R$ 10,35 milhões a sair dos cofres públicos municipais, dinheiro de passageiros e de quem não usa o transporte coletivo. O valor liberado pelos edis é proveniente de royalties da Itaipu, subtraído do orçamento de pastas como turismo e assistência social.

Mas essa conta ainda não fechou. Incorporando a justificativa oficial da administração para o remanejamento de mais dinheiro para a empresa de ônibus, os vereadores não informaram amplamente à população que o transporte público deverá obter outros R$ 4 milhões em dinheiro público ainda neste ano.

São recursos federais, na forma de auxílio, contabilizados no projeto de Chico Brasileiro que foi aprovado pela Câmara Municipal.  Às contas: com o atual contrato, o transporte coletivo consumirá R$ 14,35 milhões – que, segundo a prefeitura, são os recursos financeiros “necessários para 2022”, ou seja, de março a dezembro. 

O cheque cobrado da coletividade tem a ver com um modelo de contrato que empurra ao município todo o ônus da operação. É preciso ampliar as linhas, a população paga; são necessários mais ônibus para rodar, o morador paga.

No chamado contrato emergencial, a administração fixou número de veículos e de quilometragem abaixo da demanda, fatores que, juntamente com custo dos insumos, seriam o porquê de mais dinheiro público no sistema. Esse contexto passou longe de ser questionado pelos vereadores da base ao chancelaram a destinação de mais recursos à concessionária.

Reiteradamente prometido à população, o serviço eficiente e de qualidade não se tornou realidade, e as reclamações continuam. O valor da passagem aumentou, tendo o usuário de desembolsar R$ 5 no pagamento em dinheiro.

Diante de tantos desafios, o que se vê é que a maioria dos legisladores não está preocupada com as principais perguntas que devem ser feitas quando a pauta é transporte coletivo de qualidade. Nesse caso, como em tantos outros, parece que a população iguaçuense não pode esperar dos vereadores mais do que o sim ao prefeito.

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