Ponte Tancredo Neves e região metropolitana trinacional: a integração pede passagem 

A circulação intensa na Ponte Tancredo Neves reflete a importância da integração entre os dois países. A economia sai ganhando, assim como a interação entre os povos, que enriquece todos.

A Ponte Tancredo Neves, que conecta as cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, foi o ponto migratório mais movimentado da Argentina durante o carnaval deste ano. O fluxo intenso somou 216 mil entradas e saídas no período de folia, que é uma janela para o turismo.

A movimentação superou, de longe, o trânsito de pessoas no Aeroporto Internacional de Ezeiza, na região da capital Buenos Aires, que teve 141 mil registros. O terminal aéreo é o mais importante do país vizinho e um dos mais modernos da América do Sul.

A afluência na ponte inclui turistas e moradores que a atravessaram em direção ao Brasil e à Argentina. Os dados oficiais são da Direção Nacional de Migrações da Argentina, recolhidos em matéria exclusiva do H2FOZ.

A circulação intensa na Ponte Tancredo Neves reflete a importância da integração entre os dois países, no comércio, turismo e convivência fronteiriça. A economia sai ganhando, assim como a interação entre os povos, que enriquece todos.

Mas os números não expressam apenas oportunidades. Os dados podem ser traduzidos em longas filas e demora para a travessia na fronteira a moradores e turistas, devido às exigências requeridas na aduana argentina, que segue as normas federais.

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Na última semana de 2022, na alta temporada turística, por exemplo, as filas eram quase impraticáveis, com espera superior a três horas para a travessia. Essa lentidão faz com que moradores da fronteira deixem de ir a Puerto Iguazú, já demonstrou pesquisa.

O cenário reforça o debate sobre medidas para agilizar o trânsito fronteiriço. Do outro lado do Rio Iguaçu, há proposta para criação de um “corredor turístico” na Ponte Tancredo Neves. Outra prevê o uso da tecnologia para reduzir as filas, por meio de QR code.

A intenção de reduzir a burocracia, porém, esbarra na burocracia. As soluções são debatidas com leniência. Ainda, o espectro do terrorismo persegue autoridades argentinas, desde o ataque contra uma associação israelita em Buenos Aires, que completará três décadas no ano que vem.

Com base na realidade do momento, agentes políticos, empresários e representações da sociedade em Iguazú apontam que o sistema de passagem está em colapso. Tornou-se fator de restringente para o crescimento da economia e ao livre trânsito nas Três Fronteiras.

Fronteiras podem conduzir à união ou ao afastamento, a convergências ou a limitações. No caso específico da Ponte Tancredo Neves, via de acesso a brasileiros, argentinos e paraguaios, a integração pede passagem para a efetivação da região metropolitana trinacional.

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