Transporte coletivo de Foz necessita de uma transformação

O poder público vem sendo inoperante em assegurar serviço de qualidade para a população, o que exige um sistema com número suficiente de ônibus, rotas adequadas, integração, tecnologia e infraestrutura nas ruas, terminais e pontos de espera.

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O poder público vem sendo inoperante em assegurar serviço de qualidade para a população, o que exige um sistema com número suficiente de ônibus, rotas adequadas, integração, tecnologia e infraestrutura nas ruas, terminais e pontos de espera.

Sendo o transporte público um dos principais pilares da mobilidade urbana, Foz do Iguaçu segue, nestes últimos anos, na contramão desse conceito, que prevê melhores e mais saudáveis formas de deslocamento de pessoas pela cidade. O que se vê é a migração de passageiros de ônibus, uma solução coletiva, para opções individuais e particulares, como carro ou moto.

O poder público vem sendo inoperante em assegurar transporte coletivo de qualidade para a população. Não se trata somente dos veículos em si, dos itinerários e horários, itens fundamentais, certamente, mas abrange a falta de estruturação de um sistema digno de receber esse nome, que inclua rotas adequadas, integração efetiva, recursos tecnológicos e de inteligência e infraestrutura de qualidade nas ruas e avenidas, terminais e pontos de espera. E preço justo da passagem.

A reclamação sobre a má qualidade do transporte coletivo vem de longe. Agora, enquanto a prefeitura trata como “novo transporte coletivo” o que por enquanto consiste na substituição de uma empresa por outra, as dúvidas e incertezas se proliferam. Os 66 ônibus a serem colocados em circulação serão suficientes para reduzir a espera do usuário, diminuir o tempo do passageiro nos deslocamentos para o trabalho, escola e lazer, e, muito importante, acabar com a superlotação?

Há muitas outras dúvidas que ainda pairam acerca da operação do transporte público com a entrada da nova empresa. Uma indagação é sobre quanto tempo Foz do Iguaçu levará para sair da atual condição emergencial para outra realidade, de estabilidade com qualidade na prestação desse serviço essencial. Qual é o plano? A população será efetivamente incluída nas futuras definições?

O direito de pessoas e empresas que adquiriram vale-transporte pelo Cartão Único também precisa ser respeitado. A prefeitura, que permitiu e avalizou o funcionamento da bilhetagem até agora, como poder concedente da exploração do serviço pelo Consórcio Sorriso, simplesmente afirma que a recuperação dos créditos não é seu problema, excluindo-se de qualquer responsabilidade.

O transporte coletivo em Foz do Iguaçu atingiu o nível máximo de desestruturação e descrédito entre os passageiros. O serviço de ônibus precisa passar por uma verdadeira transformação. O certo é que o histórico de erros, de falhas e de omissões não pode repetir-se, e qualquer intenção que indique a surrada prática do “mudar para continuar tudo a mesma coisa” deve ser repelida pela comunidade iguaçuense. Por isso, neste momento, a população precisa ser vigilante.

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