Quando se fala em dólar, já se sabe: se oscilar muito pra cima, azar de país emergente ou candidato à emergência (no sentido positivo e negativo da palavra). É o caso dos três vizinhos.
Paraguai
No Paraguai, aumentou a preocupação com a desvalorização do guarani, que ao longo do ano já atinge 6,8%. A moeda americana deve aumentar ao longo de outubro e novembro, caindo um pouco no fim do ano, segundo analistas ouvidos pelo jornal ABC Color.
A cotação atual do dólar no Paraguai, de 6.380 guaranis, já é a mais alta desde 2003, quando a moeda americana chegou a 7.250 guaranis.
A presidente interina do Banco Central do Paraguai, Liana Caballero, diz que a alta do dólar no país tem várias causas, desde as guerras comerciais (Estados Unidos x China) até as eleições na Argentina, que causam "incertezas no mercado".
O Banco Central paraguaio não intervém para segurar o guarani, segundo ela, porque a maior preocupação é com a inflação. "É o principal foco", afirma.
Argentina
Na Argentina, que se prepara para as eleições presidenciais, no último domingo do mês (dia 27), a desvalorização do peso, ao longo deste ano, foi catastrófica: 60%, aproximadamente. E deve haver mais desvalorização até o final do ano.
Somam-se à desvalorização da moeda argentina uma inflação de 53,54% até setembro, a recessão e suas consequências (desemprego, empobrecimento da população). Vê-se que a situação é bem pior que no Paraguai. E que no Brasil.
Brasil
No Brasil, o dólar valia R$ 3,87 em janeiro desde ano; agora, está em R$ 4,15. A alta de 7,2% representa quase três vezes o índice acumulado da inflação, de janeiro a setembro (2,49%). Inflação controlada é um grande trunfo, no entanto.
E a tendência do dólar é de estabilizar nos próximos meses. Quem diz isso é o diretor de estratégia cambial do Julius Baer Group, o suíço David Kohl, que por sinal acertou em cheio quando previu que o real ia sofrer um baque no terceiro trimestre, de acordo com a revista Exame.
A desvalorização que o real sofreu a partir de 30 de junho, superior à das moedas de todos os países emergentes (com exceção da Argentina), mostra que a moeda brasileira não está mais supervalorizada. Portanto, já não há este fator pra pressionar o dólar para cima.
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