Paraguaio é torturado por denunciar que polícia liberou membro do PCC

Vítima foi sequestrada em Ciudad del Este e levada a Presidente Franco, onde passou por sessões de tortura. Autor é um policial com má fama.

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O homem que denunciou a polícia do Paraguai por liberar um suspeito que seria do PCC foi vítima de sequestro, tortura e ameaça de morte, conforme denúncia que apresentou nesta terça-feira, 3.

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Alberto Amarilla contou que o suboficial da Polícia identificado como Jorgelino Amarilla, de Ciudad del Este, foi cabeça do ataque contra ele, junto com outros agentes. Contra Jorgelino, há inúmeras denúncias, inclusive de ter matado um menor.

Segundo Alberto, ele estava em Ciudad del Este quando, de repente, dois carros pararam. Aí, lhe seguraram, puseram-lhe um capuz e e o levaram de carro provavelmente a Presidente Franco.

Na delegacia, Alberto conta que Jorgelino o torturou em várias ocasiões. Ele conseguiu ativar o sistema de alerta de seu relógio, para rastreamento familiar, e a mulher e o filho dele receberam o endereço onde estava já no momento em que foi capturado.

O suboficial chegou a apontar uma arma para sua cabeça e parte de sua tortura ficou registrada em vídeo. "Tiraram minha dentadura e disseram que se eu não desbloqueasse meu celular, iam me matar", contou.

Ele atribui o ataque a uma represália por ter denunciado que um suposto integrante do Primeiro Comando da Capital foi liberado pela Polícia paraguaia. Alberto qualifica Jorgelino de "soldado do crime organizado camuflado dentro da Polícia Nacional que está na fronteira, sujando a imagem do Paraguai, do ministro e do comandante".

Jorge Amarilla é acusado de ter cometido vários delitos em Ciudad del Este. Entre as denúncias, está a de ser o autor dos disparos que acabaram com a vida de um menor de 14 anos, em 1999.

Em 2017, ameaçou de morte agentes da Polícia de Trânsito de Ciudad del Este por reter seu veículo, um luxuoso Mercedez Benz, que havia estacionado em local proibido.

O agente policial ainda teria antecedentes por violência familiar, disparo de arma de fogo e sequestro.

Em 2013, ele também foi um dos policiais acusados de "sequestro express" de que foi vítima um brasileiro, dono de uma loja de veículos.

Fonte: ABC Color

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