“Roubo do século” no Paraguai rende prêmio internacional à Polícia Federal do Brasil

Graças a material genético colhido na cena do crime e ao bando de dados de DNA do Brasil, foi confirmada a participação de um criminoso.

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Você se lembra do assalto à transportadora de valores Prosegur, em Ciudad del Este? Chamado de "o roubo do século" pela imprensa paraguaia, acabou rendendo um prêmio internacional para a Polícia Federal do Brasil, que utilizou o método de DNA para chegar a um dos assaltantes.

O "case" do roubo foi selecionado entre 50 apresentados por 20 países e levou o troféu "Hit de DNA de 2020", numa escolha feita por um painel de sete juízes internacionais, com formação em DNA forense e aplicação da lei, informa o portal Newswire, da Califórnia (Estados Unidos).

Agora em seu quarto ano, o programa "DNA Hit of the Year" é organizado pela GTH-GA, uma autoridade internacional em políticas, legislação e lei de bancos de dados de DNA, como forma de demonstrar a eficiência do uso de bancos de perfis genéticos para a resolução de crimes.

"A lista de casos de 2020 exemplifica o extraordinário poder dos bancos de dados de DNA para resolver crimes, identificar os desaparecidos e exonerar os inocentes", disse Tim Schellberg, presidente da GTH-GA.

Embora tenha sido cometido no Paraguai, o assalto à Prosegur foi investigado pela Polícia Federal do Brasil, porque a quadrilha era formada por muitos brasileiros.

O assalto foi em 24 de abril de 2017, quando cerca de 30 homens fortemente armados explodiram uma instalação de transporte de caixa da Prosegur em busca de US$ 40 milhões, armazenados em cofres da empresa.

Com metralhadoras, blindados e explosivos, a quadrilha queimou veículos para impedir a perseguição e levou US$ 11,7 milhões, equivalente à época a R$ 40 milhões. Durante a ação, houve intensa troca de tiros, resultando na morte de um policial paraguaio.

A prova

Depois de testar 457 materiais genéticos colhidos na cena do crime e confrontar com o banco de dados de DNA brasileiro, a Polícia Federal conseguiu um laudo que provou a participação de um dos assaltantes, um homem que estava preso pela morte de um agente penitenciário, em 2016, atribuída ao PCC.

O DNA de Alex Belarmino, que constava do banco de DNA nacional, coincidiu com o encontrado no roubo milionário à base da Prosegur, no Paraguai, em 2017, e a um assalto ao Banco do Brasil em Campo Grande (MS), ocorrido no mesmo ano.

O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, disse que "o caso Prosegur destaca o valor do programa de banco de dados de DNA do Brasil para solucionar crimes. Esse banco está se expandindo rapidamente e terá um impacto significativo na solução de crimes, tornando nossas comunidades mais seguras da violência".

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