Foz do Iguaçu tem escalada de esporotricose, doença comum em gatos

Zoonose que pode ser transmitida para humanos aumentou de 18 casos em 2019 para 288 neste ano.

Apoie! Siga-nos no Google News

Doença comum em gatos causada por fungo, a esporotricose aumentou vertiginosamente em Foz do Iguaçu. Conforme dados do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), somente neste ano foram registrados 288 casos nos felinos, um crescimento de 28% em relação ao ano passado, quando o número chegou a 225.

Leia também:
Foz do Iguaçu já recolheu 30 morcegos com raiva em 24 bairros neste ano

A situação é preocupante porque a esporotricose vem espalhando-se rapidamente pela cidade. Os primeiros casos apareceram em 2019, um total de 18, saltaram para 110 em 2021 e devem chegar a 300 até o fim de 2023.

Causada principalmente pelo fungo Sporothrix brasiliensis, a doença provoca feridas na pele dos animais, em especial na região da cabeça e nas patas. Também pode contaminar humanos. Em Foz do Iguaçu há casos de pessoas que contraíram a enfermidade.

A transmissão para os humanos ocorre por meio de mordidas, arranhões ou contato direto com as lesões. Os gatos também podem passar o fungo para cães, porém em Foz não há registros desse tipo.

Somente com campanhas de guarda responsável, envolvendo castração em massa, a população de animais domésticos nas ruas pode ser reduzida, de modo ético.
Colônias de felinos pelas cidades é apenas um dos reflexos da ausência de políticas públicas eficazes. Foto: Aida Franco de Lima

Supervisora de Educação, Comunicação e Mobilização Social do CCZ, Giselli Kurtz explica que o fungo está presente no ambiente, e como muitos gatos saem de casa e circulam pelas ruas acabam adquirindo a zoonose. “A prevenção é muito importante e é melhor do que precisar fazer o tratamento.”

A transmissão entre os animais ocorre pelos arranhões e contato. Por isso, é indicado aos tutores manterem os gatos em casa, evitando que eles saiam para as ruas, orienta Giselli.

Tratamento

Para tratar a esporotricose, os tutores devem procurar um médico-veterinário, responsável pelo diagnóstico. Caso tenham o laudo em mãos, o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo CCZ.

O Centro de Controle de Zoonoses também pode ser acionado para diagnosticar animais que estejam em residências ou nas ruas. Para isso é necessário agendar a visita por telefone.

Segundo Giselli, se o gato apresentar feridas, é recomendado isolá-lo até que o diagnóstico seja feito, além de procurar o tratamento rapidamente para a doença não avançar, debilitar o animal e levá-lo a óbito.  

As pessoas que apresentarem lesões na pele e tiverem gato em casa devem ir até uma unidade básica de saúde (UBS) para tratar-se.  

Como forma de prevenção à doença, recomenda-se manter os animais em casa e castrá-los, para evitar que eles saiam às ruas.

Recomendações

– Isolar o animal durante o tratamento.
– Não tocar nas feridas com as mãos.
– Não jogar cobertinha ou caixa de papelão no lixo.
– Tudo que estiver contaminado com o fungo deve ser descartado como lixo hospitalar.
– Não ministrar antibióticos para tratar a doença.

Escalada da esporotricose em Foz

Ano Número de casos

2019 – 18
2020 – 17
2021 – 110
2022 – 225
2023 – 288 (até o momento)

*Todos os casos foram registrados em gatos

Fonte: CCZ

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.