PIB de Foz do Iguaçu: prefeito ‘confronta a realidade’, critica Kossar

Matemático declara que a cidade foi da “explosão” à “estagnação”, o momento atual, e compara economia e queda em matrículas com outras cidades.

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Autor do estudo “Desmistificando o PIB de Foz do Iguaçu”, que sustenta não ser real o Produto Interno Bruto da cidade se mantido o valor adicionado por Itaipu Binacional, o matemático Luiz Carlos Kossar lançou um contraponto ao prefeito Chico Brasileiro (PSD). Para o estatístico e sociólogo, o gestor municipal “confronta a realidade”.

Sobre o debate, leia também: PIB de Foz do Iguaçu que inclui Itaipu é irreal e não reflete economia, aponta estudo

O motivo são as declarações do prefeito sobre o PIB, via imprensa oficial e veículos, tomado o montante em sua integralidade. Na visão de Kossar, isso infla a economia da cidade e oculta o que ele chama de estagnação. Em seu levantamento, mostra que esse indicador cai à metade quando retirado o valor de Itaipu, enquanto cidades vizinhas não sentem esse efeito ao excluir da soma as estatais.

Em dezembro do ano passado, Chico Brasileiro comemorou o PIB de R$ 19 bilhões divulgado pelo IBGE, que segundo ele coloca Foz do Iguaçu como a maior economia da Região Oeste, entre as 70 maiores do país. “O Brasil tem 5.568 municípios e ficar entre os 70 maiores do país é resultado do trabalho de todos os setores da economia”, disse, à época.

O prefeito voltou ao tema, depois que Kossar divulgou o seu levantamento, para declarar que a economia da cidade não está estagnada. Chico Brasileiro afirma que Foz do Iguaçu é a nona maior economia da Região Sul e a quinta do Paraná, considerando o PIB, estando à frente de algumas capitais brasileiras.

Mas, para Kossar, Foz do Iguaçu até aqui não desenvolveu uma base econômica suficiente para gerar empregos de qualidade, com salários adequados, diferentemente de cidades vizinhas, como Cascavel, Medianeira e Toledo. O município iguaçuense viveu o que o matemático chama de “explosão”, entre 1975 e 2000, caindo na estagnação de 2000 a 2024.

“Nestes 24 anos, perdemos mais de 50 mil habitantes em idade ativa, a economia ficou refém da baixa empregabilidade no turismo e da informalidade de baixa qualificação profissional”, interpretou Luiz Carlos Kossar. E adicionou um dado novo para subsistir a sua reflexão, diametralmente oposta à visão ufanista de Chico Brasileiro.


“A comparação do crescimento das matrículas no ensino básico, público e particular, referente ao período de 2010 a 2022 – treze anos –, consolida que o PIB de Foz do Iguaçu é falso”, argumentou. “E que a produção de Itaipu pouco agrega à economia da cidade”, complementou.

Fonte: Luis Carlos Kossar/Reprodução

Conforme Kossar, esse indicador reflete cidades que crescem de forma sustentada, o que não é o caso de Foz do Iguaçu neste momento. Para comparar, mostra ele que a cidade praticamente não teve crescimento de novas matrículas em 13 anos – 0,83% na rede pública –, enquanto municípios vizinhos elevaram o número de alunos: Cascavel (25%), Medianeira (48%) e Toledo (25%).

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