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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi recebido nessa segunda-feira (23), na Casa Rosada, em Buenos Aires, pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández. Além da emissão de uma Declaração Conjunta de Cooperação, os governos dos dois países firmaram uma série de acordos de interesse bilateral.
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“Quando eu acabar o meu mandato, a relação com a Argentina será a melhor relação entre todos os países da América do Sul e América Latina. Não que eu tenha preferência pela Argentina, é porque a Argentina é um país grande, já foi a quinta economia maior do mundo”, afirmou Lula, em declarações reproduzidas pela Agência Brasil.
“Nossas universidades precisam estar mais próximas, porque uma boa relação não é só comercial, é também a relação científico-tecnológica, a relação cultural, e sobretudo, a relação política. Quero dizer que estou de volta para fazer bons acordos com a Argentina”, complementou o presidente brasileiro.
Lula foi a Buenos Aires acompanhado pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nísia Trindade (Saúde), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Márcio Macêdo (Secretaria Geral da Presidência) e Fernando Haddad (Fazenda), que formalizaram a assinatura de acordos.
O primeiro ato firmado foi a “Carta de Intenções para o Projeto de Integração da Produção de Defesa Brasil-Argentina”, pelos ministros Mauro Vieira e Jorge Taiana, da Defesa argentina. Em seguida, as ministras da Saúde, Nísia Trindade e Carla Vizziotti, assinaram termo de cooperação bilateral em temas como pesquisas e vacinas.
Na área da ciência, dois atos foram assinados: o Programa Binacional de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2023-2024 e o Memorando de Entendimento entre Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre Cooperação Científica em Ciência Oceânica.
Outro documento, firmado pelos chanceleres Mauro Vieira e Santiago Cafiero, foi o Acordo de Cooperação Antártica, que “impulsiona o desenvolvimento conjunto de planos, programas e projetos tecnológicos e científicos” para a Antártida, continente onde os dois países possuem bases e estações de pesquisa.
Moeda comum
Já os ministros Fernando Haddad e Sergio Massa (Economia) assinaram o Memorando de Entendimento sobre Integração Financeira, que prevê questões como a diminuição da burocracia para as trocas comerciais e estudos para a implantação de uma moeda comum para substituir o dólar nas transações entre os países sul-americanos.
O assunto, tema de um artigo conjunto publicado por Lula e Alberto Fernández no fim de semana, foi comentado pelo presidente brasileiro em suas declarações à imprensa. Segundo Lula, não há intenção de aposentar o real ou o peso argentino.
“O que estamos tentando trabalhar agora é que nossos ministros da Fazenda, com suas equipes econômicas, possam fazer uma proposta de comércio exterior e de transações entre os dois países em uma moeda comum, a ser construída com muito debate e reuniões. Isso é o que vai acontecer”, afirmou.
Nesta terça (24), o presidente participa da VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), composta por 33 países da região. Em pauta, assuntos como cooperação nas áreas da saúde, inclusão social, segurança alimentar e energética, desenvolvimento sustentável, transformação digital e infraestrutura.
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