Operação paraguaia prende em Hernandarias líder de facção criminosa gaúcha

Ele tinha sido beneficiado com prisão domiciliar por ter doença neurológica, mas arrebentou a tornozeleira eletrônica e veio ao Paraguai.

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H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai prendeu nesta terça-feira, 4, o gaúcho Fabrício Santos da Silva, vulgos “Guri” e “Nenê”, considerado chefe da organização criminosa “Os Manos”, do Rio Grande do Sul, informa o jornal Última Hora.

A prisão foi nas primeiras horas desta manhã, numa residência localizada no condomínio de luxo Paraná Country Club, em Hernandarias. Também foi detido o paraguaio Francisco Brítez, que seria secretário de “Nenê”.

Veja como foi a operação para prender “Nenê”, em vídeo gravado pela Senad:

Prisão domiciliar

O criminoso brasileiro cumpria pena até no Presídio Central de Porto Alegre, mas foi beneficiado pela Justiça gaúcha, no dia 30 de março, com prisão domiciliar, por ter uma doença grave e estar mais sujeito ao risco de contaminação pelo coronavírus.

O jornal Zero Hora noticiou, à época, que a juíza Sonáli da Cruz Zluhan atendeu o pedido do preso, que havia cerca de dois anos solicitava o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar. A doença neurológica provocava nele dor aguda e desmaios e, conforme a magistrada, foi comprovada por exames e laudos médicos.

Fuga para o Paraguai

O benefício foi concedido por 90 dias. No entanto, antes de vencer o prazo, ele arrebentou a tornozeleira eletrônica, no dia 4 de junho, e fugiu rumo ao Paraguai.

Condenado por vários crimes, Fabrício Santos da Silva, de 37 anos, cumpria uma condenação de 70 anos. Em julho de 2017, ele e outras lideranças de grupos criminosos gaúchos foram levados à penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, durante a Operação Pulso Firme.

Até então, ele cumpria pena no Presídio Central, onde seria responsável pelo comando em uma das galerias. No fim de outubro, voltou de Mossoró ao Rio Grande do Sul, onde no mesmo ano foi denunciado pelo Ministério Público por articular a escavação de um túnel para permitir uma fuga do Presídio Central em fevereiro de 2017 — plano que acabou sendo frustrado.

“Nenê” vai ser entregue pelas autoridades paraguaias à Justiça brasileira. Depois da fuga, houve nova determinação de prisão contra ele, que vai voltar ao regime fechado.

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