Para promotor, mototaxista que morreu na Ponte da Amizade foi imprudente

Edgar Modesto Torales, do Ministério Público do Paraguai, considerou que não há delito a ser investigado.

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Edgar Modesto Torales, do Ministério Público do Paraguai, considerou que não há delito a ser investigado.

A morte do mototaxista brasileiro Sandro Iareski Lima, ocorrida na tarde de sábado (27), na cabeceira paraguaia da Ponte da Amizade, foi uma fatalidade potencializada por “negligência ou imprudência do motociclista”. É o que considera o promotor Edgar Torales, do Ministério Público do Paraguai, responsável pelas primeiras diligências do caso.

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Em declarações à rádio ABC Cardinal, reproduzidas pelo jornal ABC Color (clique aqui para ler a matéria em espanhol), Torales disse não ver delito para abrir uma investigação. Testemunhas que presenciaram o acidente, no entanto, relataram que não havia sinalização suficiente para indicar a existência de uma corrente estendida na pista.

“A culpa, negligência ou imprudência foi do motociclista. Ele atentou contra várias normas de trânsito, no sentido de que primeiro passou ao lado da lombada, e não em cima”, argumentou o promotor. “Tinha sinalização, havia dois cones, uma lombada e um horário estabelecido. O único que passou por aquele lugar foi ele, não havia uma fila de veículos.”

Torales citou ainda o excesso de velocidade, em um local onde o limite estabelecido é de 20km/h, e apontou que, por sua experiência em fazer a travessia da fronteira, o brasileiro deveria saber que uma das pistas fica fechada nas tardes de sábado.

Mototaxistas paraguaios, porém, apontaram que a mudança é recente. A colisão ocorreu às 15h, horário no qual, em fins de semana anteriores, devido ao fluxo de veículos, a via costumava permanecer aberta pelo menos até as 16h. A alteração teria ocorrido há poucos dias, com a troca de comando na administração da aduana local.

Na entrevista à ABC Cardinal, Torales admitiu que é possível verificar se houve negligência na sinalização, mas que será complexo determinar a culpabilidade de quem recebeu ou deu a ordem de esticar a corrente. “Vamos ter de ver quem deu a ordem. Para nós, não existe fato punível”, reforçou.

Na mesma linha, Emérito Miranda, comandante da Área Naval de Ciudad del Este, deu declarações à rádio Monumental AM, de Assunção, dizendo que é comum fechar parte dos acessos à aduana nas tardes de sábado e que o bloqueio estava sinalizado. “Se alguém decide se arriscar, é responsabilidade de cada um”, afirmou.

Já o jornal La Clave, de Ciudad del Este, publicou que, se o caso for arquivado, “os familiares podem recorrer ao âmbito administrativo ou à esfera civil para solicitar diligências quanto a um pedido de indenização [contra a Direção Nacional de Aduanas e a Marinha do Paraguai, responsáveis pela administração do espaço]”.

Protesto

Na manhã de segunda-feira (29), mototaxistas brasileiros e paraguaios bloquearam o trânsito na Ponte Internacional da Amizade, por cerca de uma hora e meia, para protestar contra a morte do colega residente em Foz do Iguaçu. O tráfego foi liberado por volta das 11h20, após reunião com autoridades paraguaias.

No encontro, os trabalhadores obtiveram de Juan Carlos Amarilla, administrador da Aduana, e de Félix Duré, subcomandante da Área Naval, o compromisso de que a pista para motos ficará aberta até as 17h no sábado. A ampliação do número de agentes para o ordenamento do trânsito, contudo, depende de autorização vinda de Assunção.

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4 Comentários
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