Remédio contra a chikungunya? Paraguai denuncia médica naturalista

Ministério da Saúde apresentou denúncia contra moradora de Ciudad del Este que oferecia um suposto medicamento contra a doença.

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O Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social (MSPyBS) do Paraguai denunciou uma moradora de Ciudad del Este, que se apresenta como médica naturalista, após relatos de que a mulher estaria oferecendo um suposto medicamento contra a febre chikungunya, em troca de contribuições voluntárias dos pacientes.

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Em declarações reproduzidas pelo jornal La Nación, o diretor-geral de Vigilância Sanitária, César Cristaldo, alertou que o produto não tem nenhum tipo de comprovação. “Os remédios naturais têm componentes químicos, mas é preciso saber a especificação para cada caso. Não há nenhum medicamento preventivo para chikungunya”, explicou.

A denúncia do MSPyBS foi protocolada no Ministério Público, que investigará a atuação da mulher, vista com frequência nos mesmos bairros onde agentes de endemias promoviam ações de erradicação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

A respeito, Reinaldo Dávalos, diretor regional do Serviço Nacional de Erradicação de Zoonoses (Senepa, na sigla em espanhol), disse que a suposta médica não tem nenhuma ligação com o órgão, o qual não faz distribuição de medicamentos. “Só o que fazemos é eliminar criadouros. Trabalhamos na parte técnica”, afirmou Dávalos ao jornal La Clave.

Já Arturo Portillo, diretor da 10.ª Região Sanitária, alertou sobre os riscos do caso. “Estamos falando de um exercício ilegal da medicina, considerando que os únicos que podem indicar um medicamento são os médicos. Portanto, a mulher não tem nenhuma atribuição para isso”, argumentou Portillo, citado pelo jornal ABC Color.

Boletim

No boletim divulgado nessa sexta-feira (17), o MSPyBS informou que o Paraguai contabiliza, no atual ano epidemiológico, 44.649 casos de chikungunya, com 51 mortes. Assunção e região metropolitana continuam como o epicentro da doença, embora o percentual de infectados no interior cresça semana a semana.

Somente nos últimos 21 dias, 11.649 pacientes foram diagnosticados no país, com 67% na região da capital e 8% no departamento (estado) de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este. No somatório dos hospitais públicos e privados do Paraguai, 834 pessoas estão internadas com chikungunya, sendo 750 em leitos normais e 84 em unidades de terapia intensiva.

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