Umidade do ar em Foz já está mais baixa que no deserto do Saara

H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta

Abandone o carrão e compre um camelo. Aliás, fique com o carro, mas compre roupas de lã de camelo, ideais pra o clima de deserto que enfrentamos em Foz do Iguaçu.

Brincadeira? Antes fosse. A umidade relativa do ar no deserto do Saara chega a 15%. Aqui em Foz, nesta quinta-feira, 5, deve baixar para 10%, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (o Inmet).

Felizmente, as temperaturas não chegam aos 50 graus do Saara. As roupas de lã de carneiro que eles usam por lá são pra encarar o sol e o calorão, durante o dia, e o frio que faz à noite, muitas vezes com temperaturas abaixo de zero. Portanto, nada a ver com Foz. Era só um chiste.

Como enfrentar a secura com altivez

Sem previsão de chuva a curtíssimo prazo – a seguir a gente fala disso -, o jeito é fazer o óbvio, com ar tão seco: ingerir muito líquido (cerveja não vale, porque o álcool provoca justamente o ressecamento da pele) e adotar uma alimentação saudável.

Na alimentação, é preciso incluir saladas e frutas de época. Abacaxi, melão e melancia são hidratantes naturais; já chás, refrigerantes ou café são diuréticos – quer dizer, a eliminação rápida não ajuda muito a hidratar o organismo.

Outras recomendações: janelas abertas e casa limpa, o que inclui principalmente objetos que acumulam poeira, como cortinas e carpetes. Lave, mande lavar ou bote fogo neles. E, pra limpar a casa, esqueça as vassouras, use panos úmidos.

A umidade muito baixa, numa estiagem longa, aumenta a poluição. Aí você respira ar seco e poluído. Haja sistema respiratório que aguente. Se você tem rinite ou sinusite, hidrate as narinas com soro fisiológicos.

Usar umidificador pode ser bom. Mas os aparelhos dificilmente umidificarão todo o ambiente em que você vive. Então, o ideal é ligar algumas horas antes de dormir e desligar. Porque o vapor em excesso facilita o surgimento de fungos. Você troca um problema por outro.

Mantenha alguma vasilha de água perto da cama ou do sofá onde você se espalha vez por outra. Ajuda.

E, se for fazer exercícios físicos – faça, é muito bom pra saúde! -, evite os horários em que a umidade estará mais baixa, geralmente ali pelo meio da tarde. E, antes dos exercícios, tome um ou dois copos de água. E continue fazendo isso durante e após a suadeira.

Pô, mas e a chuva?

Antes de falar sobre a possibilidade de chuva, um reforço: só o Inmet aponta a mínima de 10% de umidade relativa do ar em Foz do Iguaçu, nesta quinta e na sexta-feira (sobe pra 15% no sábado e 20% no domingo).

A máxima umidade relativa do ar, segundo o Inmet, não passa de 60%, quinta e sexta. O ideal é acima de 60%, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Outros serviços de meteorologia também falam em umidade baixa. Para o Simepar, a mínima hoje será de 33% e nos próximos dias abaixo – mas perto – de 30%.

Pra esta quinta, o Climatempo prevê umidade mínima de 18% e máxima de 51%. Pra sexta, variação entre 16% e 49%. E fica nesses índices pelos dias seguintes.

CPTEC/Inpe e AccuWeather não fazem previsão sobre umidade relativa do ar.

Ah, sim, e a chuva?

Tanta seca e nem sinal de chuva à vista? Tem, sim, nisso concordam os cinco portais de meteorologia. Mas não concordam em algumas coisas.

O Inmet, por exemplo, prevê pancadas de chuva já no domingo, 8. E, na segunda, tempo “encoberto com chuvisco”.

Para o Simepar, chove na segunda-feira, 9. Quer dizer, há 84% de probabilidades.

Idem para o Climatempo, com previsão de tempo nublado e “chuvas a qualquer hora”, na segunda-feira.

E ibidem para o AccuWeather: “pancadas de chuva” na segunda.

Opa! o CPTEC/Inpe também marca “chuvas periódicas” pra segunda, dia 9.

Com isso, chegamos a uma unanimidade, condição na qual a previsão se torna mais confiável: todos apostam em chuva na segunda-feira.

Se a gente aguentar até lá, confirmaremos se a unanimidade acertou.