Carros usados: Paraguai tem que “deixar de ser a lixeira do mundo’, diz entidade empresarial

O Brasil exige que o Paraguai pare de importar carros usados, como condição para que mantenha em zero a alíquota de importação de autopeças paraguaias.

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Duas entidades empresariais, a Câmara de Distribuidores de Automotores e Maquinários e a União Industrial Paraguaia, divulgaram comunicado, na quinta-feira (4), para manifestar sua preocupação com a aplicação de impostos pelo Brasil para as autopeças fabricadas no Paraguai.

Os empresários criticam o governo paraguaio por não ter ainda assinado um acordo automotivo com o Brasil, a exemplo do que já existe com a Argentina e o Uruguai. Eles acham que seria benéfica ao país "a integração produtiva entre o Paraguai e o Brasil".

A opção das autoridades paraguaias, de manter o regime de importação de veículos usados, é criticada, inclusive por ferir o Código do Consumidor, já que esses carros "contam com deficientes sistemas de segurança e carecem de garantia de fábrica".

Condição inegociável

Em abril deste ano, o Brasil impôs, como condição inegociável para continuar importando autopeças com imposto zero, que o Paraguai deixe de importar veículos usados via Chile. O Paraguai é o único país do Mercosul que permite estas importações.

"Temos que decidir se nos integramos a uma realidade ou se queremos continuar a ser (um país) desleixado e lixeira do mundo", disse o presidente da Câmara de Distribuidores de Automotores, Miguel Carrizosa.

"Temos que aceitar o desafio de ser sérios, que se cumpram as leis do Consumidor, do Meio Ambiente, da Segurança e que nos desenvolvammos comercial e industrialmente", completou o empresário.

O valor das exportações de autopeças paraguaias alcança a soma de US$ 300 milhões, e embora grande parte seja enviada ao Brasil, há exportações também para fábricas de automóveis da Argentina e dos Estados Unidos.

Os empresários preveem que, com um acordo aautomotivo, poderiam ser criados cerca de 50 mil empregos (hoje, as maquiladoras de autopeças empregam cerca de 10 mil pessoas) e a exportação poderia atingir US$ 1 bilhão por ano, entre autopeças e veículos quqe seriam montados no Paraguai.

Em relação a impostos, segundo os empresários, uma única importação de veículo zero quilômetro paga mais taxas do que todo o setor de carros usados.

Fonte: Última Hora
 

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