
H2FOZ – Cláudio Dalla Benetta
Proporcionalmente ao seu Produto Interno Bruto (PIB), o Paraguai é o segundo país da América Latina que mais gasta nas ações de combate à covid-19, atrás apenas do Chile, informa o jornal Última Hora, com dados do Ministério da Fazenda paraguaio.
Desde o surgimento do novo coronavírus até agora, o Paraguai dispôs de US$ 1,9 bilhão para adotar medidas de proteção da saúde da população e para proteger também a economia. Desse dinheiro, US$ 1,6 bilhão são garantidos pela Lei de Emergência e US$ 390 milhões de créditos que já estavam sendo gestionados.
O valor representa 5,9% do PIB. Entre 12 países da América Latina, é o maior valor investido em ações referentes à pandemia, atrás apenas do Chile, cujos gastos representam 6,7% do PIB.
Dos países da tríplice fronteira, o Brasil destina 4,5% do PIB a essas medidas; a Argentina, 2,9%.
Veja o quadro preparado pelo jornal Última Hora:
Claro que a economia paraguaia não se compara à dos dois vizinhos (nem à do Chile, cujo PIB é cerca de cinco vezes maior que o paraguaio, enquanto a população é apenas 2,5 vezes maior). Mas a porcentagem investida pelo Paraguai mostra o esforço do país para combater a pandemia e seus efeitos na saúde e na economia.
O total investido pelo Paraguai, de US$ 1,99 bilhão, é financiado em 100% com dívida pública. Mas o problema, aponta o Última Hora, é que a utilização desse dinheiro, até agora, "é fortemente questionada, devido aos casos de superfaturamento detectados na compra de insumos médicos e na demora para liberar recursos destinados a subsdidiar os trabalhadores formais e informais.
No dia 23 de abril, segundo o primeiro informe sobre o uso dos recursos enviado pelo Ministério da Fazenda à Comissão de Controle, já haviam sido gastos US$ 925 milhões do dinheiro disponível.
Ações no Brasil
Pra se ter uma ideia do que são economias tão díspares, as medidas já anunciadas e postas em prática pelo Brasil, para combater os efeitos do coronavírus, representaram US$ 253 bilhões, dos quas aAR$ 35,6 bilhões apenas para pagamento do auxílio emergencial, conforme informou o Ministério da Economia.
Os R$ 253 bilhões representam US$ 50,8 bilhões. Mas o aumento nas despesas previstas para este ano, em função do novo coronavírus, chega a R$ 333,4 bilhões, ou US$ 67 bilhões.
Mais dinheiro pra reativar economia
Em outra matéria, o jornal Última Hora informa que o presidente Mario Abdo Benítes deu instruções à Equipe Econômica Nacional para acelerar os processos do plano de reativação econôamica, pondo ênfase no social – moradias, proteção social e formalização dos trabalhadores.
Para isso, o plano precisará sofrer ajustes, o que deve ser feito ao longo da próxima semana, antes de ser enviado para a aprovação do Congresso.
A intenção do governo é injetar US$ 2 bilhões na economia, para fazer frente à forte crise econômica que o país vive. A expectativa é que haja uma reação positiva já no início do segundo semestre.
Terceira fase da quarentena
O vice-ministro de Economia, Humberto Colmán, disse que o plano de reativação econômica, conforme a previsão, terá maior força na terceira fase da quarentena inteligente.
O Paraguai está agora na segunda fase, que prossegue até 15 de junho, quando entra em vigor a terceira fase, com término previsto para 2 de julho, com maior flexibilização das atividades comerciais e sociais.
Mas só na quarta fase, a partir de 2 de julho, é que serão liberados os bares, restaurantes, eventos, hospedagens em geral e outros.
Quanto a fronteiras e escolas, ainda não há sequer uma proposta oficial. Fica tudo fechado.
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