Paraguai gera 24,8 mil empregos a brasileiros

Quantos brasileiros trabalham no conturbado comércio de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu? Vinte e quatro mil e oitocentos. Este foi o resultado obtido por um levantamento feito recentemente na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ao considerar três dependentes por emprego, chega-se a um total de 74.400 pessoas que vivem da economia fronteiriça.

Quantos brasileiros trabalham no conturbado comércio de Ciudad del Este,  na fronteira com Foz do Iguaçu? Quem faz esta pergunta pode encontrar respostas conflitantes devido à dificuldade em apurar dados no país vizinho, mas um estudo divulgado recentemente na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina) busca apontar números próximos da realidade.

Vinte e quatro mil e oitocentos trabalhadores. Esta é o resultado obtido pela Rolim de Moura Consultoria, empresa iguaçuense que cruzou dados baseados em averiguação feita diretamente nos estabelecimentos comerciais, na Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, no diário A Gazeta do Iguaçu Câmara de Comércio de Tecnologia da Informação (CCTI).

A quantidade de empregos está divida na seguida ordem. Em primeiro lugar aparece a função de auxiliares (atravessadores de mercadorias), com 18 mil “laranjas”; seguida do funcionário no comércio paraguaio, mototaxista, transportador (van e taxis), funcionário em oficinas e postos, empregados em hotéis e restaurantes e ambulantes. Confira a tabela completa logo abaixo.

Dentro desse quadro, vale destacar um paralelo feito pelo estudo, que foi encomendado pela Ong Fronteira, organização não-governamental lançada no começo deste mês em Foz com o objetivo de resgatar o turismo de compras. Ao considerar três dependentes por emprego, chega-se a um total de 74.400 pessoas que vivem da economia de Ciudad del Este.

Esse número pode chegar a 99,2 mil se adotado o padrão de quatro pessoas por família definido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Portanto uma população bem superior ao número de habitantes da maioria dos 5.561 municípios brasileiros. Para ser mais preciso, 75% dos municípios têm população de até 20 mil habitantes, ou seja, 4.119 cidades.

O vendedor Ivonei de Souza, 40, é um destes personagens. Ele contou à Agência Front que começou a trabalhar no Paraguai oito anos atrás. Desde então, passou por três empresas e atualmente é funcionário de uma loja de informática. Nesse período, tentou, sem sucesso, arrumar um bom emprego em Foz.

“As vantagens são bem maiores em Ciudad del Este. O salário recebido compensa as adversidades enfrentadas no cotidiano, como atravessar a Ponte da Amizade em dias de congestionamento. O bom salário compensa até o fato de não termos alguns direitos trabalhistas”, afirmou Souza, frisando que algumas firmas paraguaias garantem direitos laborais aos brasileiros.

Valores – As cifras levantadas pela consultoria também revelam outro aspecto interessante. O funcionário de estabelecimentos comerciais é o trabalhador melhor remunerado, com um salário de R$ 1,2 mil por mês. Na outra ponta da lista está o empregado em hotéis/restaurantes e oficinas e postos de combustível, com um vencimento mensal de R$ 350,00.

Já a estimativa de geração de receita anual para a região de Foz através do trabalho originado pelo comércio de Ciudad del Este é de R$ 249,6 milhões (exceto impostos). O estudo da consultoria traça um curioso comparativo com a receita corrente líquida do município de Foz do Iguaçu, de R$ 216.541.000,00 (a planilha tomou como base a receita de novembro de 2002 a outubro de 2003).

O estudo elaborado pela Rolim de Moura Consultoria estará disponível no sitio www.ccti.gov.py nos próximos dias. Mais informações podem ser obtidas na Ong Fronteira, pelo telefone (45) 520-1512, com Adailton Alvelino, diretor-presidente da organização não-governamental.

EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS PARA BRASILEIROS DECORRENTES DO COMÉRCIO DE CIUDAD DEL ESTE

Fonte: Rolim de Moura Consultoria