
Falecido nessa sexta-feira (23), aos 81 anos, na França, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado teve mais de uma passagem por Foz do Iguaçu. A mais conhecida ocorreu em 2014, quando o Ecomuseu de Itaipu abrigou uma mostra com fotos de sua autoria.
Leia também:
Documentário destaca a força da cultura guarani no Oeste do Paraná
Na ocasião, Salgado e a esposa, Lélia, plantaram um pé de pitanga no Bosque dos Visitantes da usina de Itaipu. “Meu trabalho não é arte e eu certamente não penso em mim como um artista: é reportagem”, afirmou o fotógrafo à assessoria da binacional.

A exposição “Trabalhadores”, com 150 fotos de Sebastião Salgado, integrou as comemorações pelos 40 anos de Itaipu e pelos cem anos de Foz do Iguaçu.
Tiradas em 25 países, durante uma série de 29 reportagens sobre trabalho manual e condições de vida, as fotografias atraíram grande público ao Ecomuseu, composto por turistas e moradores da região.
Uma das passagens mais antigas de Sebastião Salgado por Foz do Iguaçu, contudo, aconteceu na década de 1990.
Em abril de 1996, o fotógrafo desembarcou no Oeste do Paraná para retratar o cotidiano nos assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Sebastião Salgado fez imagens em Rio Bonito do Iguaçu, mas teve sua visita interrompida pela notícia do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará.
Percebendo a urgência de registrar o tema, Salgado pediu para ser levado ao Aeroporto de Foz do Iguaçu. Da Terra das Cataratas, embarcou em direção ao Norte do país para fazer fotografias que, posteriormente, rodariam o mundo.
De acordo com familiares, Sebastião Salgado morreu em razão de uma grave leucemia, surgida após complicações da malária. Ele deixou a esposa e dois filhos.