Ilegalidade predomina entre os estudantes

Para estudar no Paraguai, os brasileiros precisam adequar-se às regras migratórias, e essa tarefa não é uma das mais respeitadas.

Apoie! Siga-nos no Google News

Especial para o H2FOZ
Fotos e vídeos Marcos Labanca 

Para estudar no Paraguai, os brasileiros precisam adequar-se às regras migratórias, e essa tarefa não é uma das mais respeitadas. Conforme a Direção Geral de Migrações do Paraguai, entre os 98% de estudantes brasileiros que frequentam as universidades da cidade, 80% não têm documentação paraguaia. “Muita gente desconhece a obrigação, e outros não veem a necessidade”, diz Raul Vega, responsável pela expedição de documentos na Migração de Ciudad del Este. Com o objetivo de reverter o índice, a Direção de Migrações faz periodicamente trabalhos com equipes móveis pela cidade a fim de atender os estudantes.

No mês passado, a Direção de Migrações expediu um comunicado para que as universidades enviassem informações a respeito de todos os estudantes matriculados nas instituições. O objetivo é averiguar se eles estão cumprindo a legislação migratória, ou seja, expedir a carteira de migração temporária, considerada requisito obrigatório para fazer a matrícula nas instituições ou morar no país. A carteira é necessária mesmo para os estudantes que vivem em Foz do Iguaçu e cruzam a fronteira todos os dias.

O valor da documentação é uma das barreiras para os estudantes legalizarem a situação. O custo estimado da carteira provisória e dos documentos requisitados pelas universidades é de R$ 1.600 quando o serviço é feito via despachante. A carteira provisória é destinada às pessoas que querem residir por um período temporário no Paraguai que não pode ser superior a seis anos, porém é necessária renovação periódica. A carteira permanente, que faculta a permanência sem limite de tempo, custa cerca de R$ 3.600.

Proprietária da Consultoria Internacional Mercosul (CIM), Izabel Bau presta serviço aos estudantes e empresários para fazer o trâmite de migração. Somente no ano passado, ela atendeu 3.495 estudantes e 450 empresários.
Izabel diz que é preciso mais assistência consular para os jovens. “Queria que o governo brasileiro olhasse mais para esses jovens.” Ela conta que há até casos de estudantes que são enganados. “Tem aluno que engana aluno.”

REPORTAGEM COMPLETA

Cursos de Medicina criam polo brasileiro no Paraguai

Ilegalidade predomina entre os estudantes

Nem todas as universidades têm certificação de qualidade 

Movimentação aquece cadeia comercial 

Revalida em números 

LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.