Argentina: confira o pacote de medidas econômicas de Javier Milei

Desvalorização do peso e corte de subsídios estão entre as ações anunciadas pelo ministro da Economia, Luis Caputo.

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No segundo dia útil do governo de Javier Milei, o ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou o aguardado pacote de medidas econômicas para tentar conter a inflação na Argentina. Caputo advertiu, contudo, que o impacto imediato será o contrário, com aumento dos preços nos próximos meses, devido à inflação reprimida.

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“Estamos herdando uma inflação reprimida que já está aparecendo e é consequência da política monetária dos últimos quatro anos e dos programas de controle de preços, que nunca funcionam. Todos que foram ao mercado nas últimas duas semanas viram como vários preços aumentaram quase 100%”, afirmou o ministro.

“A situação, durante alguns meses, estará pior do que antes, particularmente em relação à inflação. Digo isso porque, como diz o presidente, é preferível dizer uma verdade incômoda do que contar uma mentira confortável”, reforçou.

A lista de medidas anunciadas no primeiro pacote econômico inclui:

– Desvalorização da cotação oficial do peso argentino, que passa a ser de P$ 800 por US$ 1 (no mercado paralelo, contudo, o valor gira em torno de P$ 1.000 por US$ 1).

– Abertura e desburocratização das importações.

– Redução dos subsídios às tarifas de energia e gás e aos serviços de transporte (urbano, metropolitano e interurbano).

– Contratos de trabalho com menos de um ano de vigência não serão renovados pelo Estado.

– Além da redução dos ministérios (de 18 para 9), diminuição do número de secretarias (de 106 para 54).

– Metas de corte de 50% nos cargos de chefia e de 34% nos cargos políticos totais do Estado.

– Suspensão das licitações de obras públicas e cancelamento das obras que ainda não foram iniciadas.

– Redução das transferências discricionárias feitas pelo governo federal às províncias.

– Suspensão, por um ano, dos gastos publicitários do governo.

– Alterações nos programas sociais, com o corte de alguns e o reforço de outros, focados no atendimento às famílias pobres com filhos em idade escolar.

No acumulado dos últimos 12 meses, a Argentina registra inflação de 142%, com estimativa de que possa ultrapassar os 200% nos próximos meses, após a nova desvalorização oficial da moeda, o fim do tabelamento e o processo de reacomodação dos preços até então controlados pelos programas do governo.

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