Prevalece o verde. Nível dos rios do Paraná melhorou em sete dias

Ao contrário da semana passada, há menos pontos vermelhos, que indicam nível mais baixo que a cota média.

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Ao contrário da semana passada, há menos pontos vermelhos, que indicam nível mais baixo que a cota média.

As chuvas em quase todo o Paraná, de quinta-feira passada (dia 14) para esta quinta, 21, contribuíram para melhorar a situação dos 51 rios que cortam o Estado.

Com isso, subiu também o volume de água nos reservatórios das hidrelétricas, o que é importante para que a produção dessas usinas aumente e diminua a carga das usinas térmicas, cuja geração é bem mais cara. E é responsável por um bom peso na conta do consumidor brasileiro de eletricidade.

TRIÂNGULOS, ANTES E AGORA

Na quinta-feira passada, mais triângulos vermelhos que verdes. Rios ainda estavam em situação difícil.
As medições desta quinta-feira, 21, já mostram o resultado das chuvas da semana passada e desta: mais verdes que vermelhos.

Na quinta anterior, havia 19 triângulos verdes, marcando as estações telemétricas onde o nível era superior à cota média, e 43 vermelhos, onde o nível era inferior.

Nesta quinta, são 41 triângulos verdes, 18 vermelhos e três perto do nível normal.

Com esta situação, o nível do Rio Paraná medido na estação telemétrica de Guaíra subiu de 137 cm para 138 cm, superando pela primeira vez em semana a cota média (140 cm).

Na estação Novo Três Passos, que mede o nível do Arroio Guaçu, em Mercedes/Terra Roxa, subiu de 184 cm para 210 cm, bem mais perto da cota média (230 cm).

E, finalmente, na estação da usina do Rio São Francisco Verdadeiro, o nível baixou de 132 cm para 125 cm, ainda assim bem acima da cota média (125 cm).

Na Ponte da Amizade, a medição feita pela Itaipu na quarta-feira, 20, mostrava que o nível do Rio Paraná variou entre a cota 99,33 e a cota 101,67 metros acima do nível do mar, considerado praticamente normal (mas um “normal” ainda um pouco baixo, já que a “normalidade” vai até 105,59 metros).

MAIS PRODUÇÃO

A subestação de Furnas, em Foz do Iguaçu, de onde é levada ao Brasil a energia produzida em Itaipu. Foto Marcos Labanca

De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), Itaipu forneceu ao Sistema Interligado Nacional (SIN), na quarta-feira, 8.931 megawatts médios (MWmed), valor superior ao que vinha produzindo em semanas anteriores. A energia de Itaipu representou 13,48% do atendimento da demanda do sistema, mais que a média normal, de 10,8%.

Somada à produção das usinas brasileiras, a geração hidrelétrica representou 57,65% do total do SIN, índice maior que o atingido na sexta-feira passada, dia 15. Naquele dia, a produção de Itaipu correspondeu a 11,03% do SIN. Somada à produção das outras usinas, a geração hidráulica foi de 52,88% do total daquele dia.

As térmicas, cujo custo de produção é o que mais eleva os preços da energia para o consumidor, responderam por 27,0% do total, no dia 15. Nesta quarta-feira, a participação das térmicas foi ainda maior: 29,15%. Pelo que se vê no balanço do ONS, as usinas eólicas reduziram a produção a um terço do que foi no dia 15.

CHUVAS EM MINAS

O bom resultado obtido por Itaipu, na quarta, foi possível graças principalmente às chuvas na bacia incremental, isto é, a partir da confluência do Rio Paranapanema com o Rio Paraná, na divisa entre São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

O reservatório está no nível normal. Mas ainda precisa chover mais acima de Itaipu, para permitir que a usina recupere seus índices históricos de geração. Principalmente na região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. As chuvas ali permitem aumentar o volume de água do Rio Grande, que vai formar o Rio Paraná, onde estão Itaipu e mais quatro hidrelétricas.

Felizmente, outubro está sendo mais generoso com chuvas também para o Alto Paranaíba. O problema é que tanto as seis usinas do Paranaíba estão com reservatórios baixos (entre 10,18% e 13,06%) como também as do Rio Grande, cujo volume oscila entre 13,56% e 16,67%, segundo levantamento do Operador Nacional do Sistema.

Ainda é preciso mais chuvas, pra normalizar o setor elétrico brasileiro. Mas as margens do Rio Paraná, mesmo antes de receber as águas do Iguaçu, já ficaram perto da distância a que nos acostumamos.

BACIA DO RIO IGUAÇU

Em União da Vitória, na divisa do Paraná com Santa Catarina, a previsão da Copel era que o nível do Rio Iguaçu chegasse a 3,45 metros de altura ao meio-dia desta quinta, mesmo sem chuva. É um índice que representa normalidade.

Desde que foi iniciado o monitoramento do Rio Iguaçu, em União da Vitória, o menor nível atingido foi de 1,31 metro, em maio de 2020. De lá para cá, oscilou muito. Com as chuvas de outubro, houve uma recuperação até normalizar.

RESERVATÓRIOS DAS USINAS

Das 11 usinas instaladas na bacia do Rio Iguaçu (seis delas no próprio rio), nenhuma está com volume de água que não preocupe os técnicos.

A maior delas, Foz do Areia, estava às 9h desta quinta-feira, 21, com 34,45% do volume útil, mesmo interrompendo a produção das 21h de quarta-feira até esse horário. A tática é utilizada todas as madrugadas.

E, mesmo quando gera energia, sempre fica bem distante de sua capacidade (1.676 megawatts).

Outra usina importante, Salto Segredo (1.260 MW), graças à produção baixa e à paralisação durante algumas horas da madrugada, atingiu nesta quinta, às 9h, 42,01% de volume no reservatório.

A terceira maior usina da bacia do Iguaçu, Salto Caxias (1.240 MW), já se permite paralisar menos e gerar mais ao longo do dia, pois seu reservatório se mantém em volume superior a 50% (estava em 53,90% às 9h desta quinta). Em algumas horas do dia, a produção supera sua capacidade. Na quarta-feira, chegou a gerar 2.010 MW à meia-noite.

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