
O Ministério do Meio Ambiente inicia na quinta-feira, 22, uma campanha nacional de combate ao mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) para difundir informações sobre os problemas causados pela invasão do molusco e a necessidade de conter sua expansão.
A campanha também apresentará o Plano de Ação Emergencial, aprovado pela Força Tarefa Nacional para Controle do Mexilhão, coordenada pela Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e formada por representantes dos ministérios da Agricultura, Integração, Saúde, Transportes, Minas e Energia e Marinha, governos estaduais e empresas de saneamento e energia.
O plano prevê a utilização de hipoclorito de sódio nas represas, onde for detectada concentração de mexilhão dourado, e tinta anti-incrustante nos cascos das embarcações que transitam pelas áreas afetadas. Durante a campanha, serão distribuídos folders com orientações do plano e informações sobre o Limnoperna fortunei.
Invasão – O mexilhão dourado é um molusco originário dos rios asiáticos, encontrado, geralmente, fixado a substratos duros, naturais ou artificiais. Em 1991 foi introduzido na Bacia do Prata, Argentina, por meio da água de lastro de navios de carga.
No Brasil, o primeiro registro da presença do mexilhão foi em 1998, na área do Delta do Jacuí, em frente ao porto de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Levantamentos recentes, realizados por pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul, da Universidade Estadual de Maringá e da Embrapa/Pantanal confirmaram e ampliaram o quadro geral da invasão do mexilhão e dos seus problemas. Foi constatado a rápida reprodução e a concentração da espécie no Rio Grande do Sul, Paraná e Pantanal.
O molusco invasor está provocando redução de diâmetro e obstrução de tubulações das companhias de abastecimento de água potável e o entupimento de filtros das turbinas no setor de geração de energia.
Em conseqüência disso, as empresas precisam fazer manutenções específicas e mais freqüentes, com custos extraordinários. A situação também leva a mudanças nas práticas de controle ambiental, na rotina de pesca de populações tradicionais e prejudica o sistema de refrigeração de pequenas embarcações.
Preocupação sem prejuízos – A presença do mexilhão na Itaipu Binacional motivou uma série de ações da usina para combatê-lo. Na hidrelétrica, a presença dos moluscos não provocou nenhum prejuízo para a produção de energia da usina, mas exigiu um aumento no número de homens/hora utilizados na manutenção das unidades geradoras, em serviços de limpeza internas e inspeções de equipamentos e instalações.
No Paraná, a Itaipu, a Copel, a Geração Paranapanema e a Tractebel Energia, empresas que controlam as grandes usinas hidrelétricas do Estado, desenvolvem uma campanha de prevenção contra o molusco, com apoio da Polícia Militar do Paraná, Universidade Federal do Paraná e Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – Lactec.
A campanha envolve a distribuição de folhetos informativos a pescadores e usuários de pequenas embarcações, tanto nos rios como em estradas, bem como a conscientização quanto aos procedimentos que devem ser adotados para evitar a disseminação do molusco.
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