O que fazer de restos de telhas de amianto, se nem o aterro sanitário recebe?

O "marido de aluguel" Paulo Andrade de Souza sempre procura fazer o descarte correto de entulhos, depois de executar serviços em alguma residência. Com sua caminhonete, ele vai ao aterro sanitário e despeja os restos, já que lá que é o local apropriado.

Mas, nesta quinta-feira, 25, ele teve uma surpresa. Quando chegou ao aterro, o funcionário nem o deixou entrar com a caminhonete, quando viu que ele transportava restos de telhas de amianto.

Embora ele tenha argumentado que o amianto é tóxico apenas quando inalado, na forma de pó, não teve jeito.

Do aterro, ele foi à Secretaria do Meio Ambiente, em busca de uma explicação, e foi informado qu eeste tipo de lixo deve ser levado para uma empresa especializada, já que é substância cancerígena.

E informaram, ainda, que o responsável pelo entulho, isto é, o dono da casa onde ele fez o serviço, fica responsável pelo descarte correto.

"Eu vou devolver na casa do cliente?", pergunta Paulo, estupefato. Ele conta que lhe forneceram até mesmo os telefones de duas empresas que fazem esse trabalho de descarte, uma de Foz e outra de Londrina. Isto é, tem que pagar. "Aí, não sei se eles levam no lixão…", diz o marido de aluguel, meio brincando.

Paulo entende talvez até mais do que os técnicos ambientais de Foz. O amianto é uma fibra mineral que, na forma de pó, realmente é tóxico e provoca graves danos aos pulmões, inclusive câncer, "quando aspirado".

Pra corroborar o que diz Paulo, leia este texto do site Saúde Abril:

"A princípio, uma pessoa que mora debaixo de uma telha de amianto ou bebe a água vinda de uma caixa feita desse material não deve se preocupar. Essa substância provoca males quando é aspirada pelas vias respiratórias, o que acontece dentro das minas e nas obras, principalmente na fase de demolição."

Enquanto isto, a caminhonete de Paulo está na garagem da casa dele, com os entulhos dentro.

Se ele não tivesse consciência ambiental e sanitária, já que há uma epidemia de dengue na cidade, faria o que tanta gente faz: jogaria o entulho num terreno baldio qualquer.