
O Departamento de Investigações da Polícia Nacional de Alto Paraná fez um alerta, nesta quinta, 7, sobre a presença de integrantes do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) em Ciudad del Este e em Foz do Iguaçu.
Segundo a polícia paraguaia, os bandidos estariam se preparando para atacar agências bancárias e transportadoras de valores.
Um perigoso membro do bando, o brasileiro Claudinei Cordeiro de Avelar, vulgo Jericó (foto), com antecedentes criminais como tráfico de drogas e roubo agravado (participou de roubos a bancos e transportadores de valores, no Brasil), seria o líder do grupo que prepara ações na fronteira, segundo a polícia paraguaia.
Dados obtidos mediante intercetações telefônicas mostram que o grupo criminoso estaria preparando a aquisição de armamentos e a logística necessária para roubos de grande porte. Mas não se sabe ainda onde eles atuariam.
A Polícia Nacional do Paraguai já iniciou as buscas a Claudinei e outros integrantes do bando, para tentar evitar os crimes planejados.
O PCC

Hoje com forte atuação no Paraguai e em outros países, como a Bolívia e a Colômbia (de onde vêm a maconha e a cocaína distribuídas no Brasil e enviadas para a Europa), o PCC nasceu em 1993, no Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté, no Vale do Paraíba, local que acolhia prisioneiros transferidos por serem considerados de alta periculosidade pelas autoridades.
Além da sigla, o PCC também se faz identificar pelos números 1533, pelo fato de o P ser a 15ª letra do alfabeto e o C a 3ª. Isto é, a combinação de números forma a sigla PCC.
Financiado principalmente pela venda de maconha e cocaína, o PCC também tem forte atuação em crimes como roubos de cargas e assaltos a bancos. Mais recentemente, os bandidos descobriram uma outra fonte de renda importante, o contrabando de cigarros do Paraguai, que garante mais recursos para as demais operações criminosas.
Estima-se que o PCC conte com quase 30 mil integrantes em 22 dos 27 estados brasileiros e em países vizinhos. Desse total, mais de 8 mil estão em São Paulo, presentes em 90% dos presídios paulistas e onde o grupo fatura cerca de R$ 120 milhões por ano.
No Paraguai, os presos do PCC arregimentam simpatizantes dentro e fora das cadeias, fortalecendo sua estrutura, a ponto de ser hoje uma das principais preocupações das autoridades do país vizinho.
Tanto no Brasil como, mais recentemente, no Paraguai, o PCC comanda rebeliões, planeja sequestros e assassinatos e praticamente domina o narcotráfico, junto com o Comando Vermelho, outro grupo criminoso de origem brasileira, mais antigo e nascido no Rio de Janeiro.
Comando Vermelho
O Comando Vermelho (o nome completo é Comando Vermelho Rogério Lemgruber, em homenagem a seu "criador"), o CV ou CVRL, surgiu em 1979, como uma facção da Falange Vermelha.
Os criminosos deste grupo aprenderam a se organizar ao longo dos anos de convivência com presos políticos dos anos 1970, alguns dos quais eram especialistas em assaltos a bancos, por exemplo, para obter dinheiro que usavam para financiar a guerrilha na luta contra a ditadura militar.
A primeira medida adotada por Rogério Lemgruber foi criar uma "caixa comum" da organização, alimentada pela arrecadação das atividades criminosas isoladas. O "dízimo" servia não só para financiar novas tentativas de fuga, como para amenizar as condições de vida dos presos, reforçando a autoridade e o respeito do CV no meio da massa carcerária.
No início dos anos 1980, os primeiros presos foragidos de Ilha Grande organizaram e praticaram numerosos assaltos a bancos, empresas e joalherias.
O Comando Vermelho influenciou a criação do Primeiro Comando da Capital, em São Paulo, que funciona em bases semelhantes.
E a criação do PCC e o modus operandi dessa organização e do CV fez com que surgissem nada menos do que outras 82 facções criminosas nos presídios do Brasil.
Fontes: La Clave, IPA-Brasil e Arquivo
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