Foz do Iguaçu supera 1.000 casos de chikungunya no ano epidemiológico concluído em julho

Prefeitura realiza formação sobre o manejo clínico para 150 médicos e enfermeiros; sintomas da doença podem permanecer por até seis meses.

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Dores intensas nas articulações, na cabeça e em outras partes do corpo, com sintomas prolongados por até meses. Esses são alguns relatos de moradores de Foz do Iguaçu que foram infectados com a chikungunya, transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.

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A prefeitura acaba de divulgar que foram 1.091 casos confirmados da doença viral em Foz do Iguaçu e uma morte, durante o último ano epidemiológico. Esse período, para fins sanitários, abrange de 1.º de agosto de 2022 a 31 de julho de 2023.

A vítima iguaçuense da chikungunya era um homem de 77 anos, paciente atendido no Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Sua morte ocorreu em 24 de julho, tendo sido confirmada pela administração em agosto, após procedimentos da Secretaria de Estado da Saúde.

Chikungunya

Diante da gravidade dessa doença e da falta de controle no combate ao mosquito causador das arboviroses, a gestão municipal informa que inseriu 150 profissionais de saúde de capacitação para o manejo clínico da chikungunya. A formação dura toda esta semana.

A iniciativa é por conta do “aumento de casos de chikungunya na fronteira e com as perspectivas de elevação de temperatura neste ano”, relatou a Agência Municipal de Notícias (AMN). O treinamento é para médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente do atendimento.

Os profissionais treinados no manejo clínico, por meio da Vigilância Epidemiológica, da Atenção Primária em Saúde e da Assistência Farmacêutica, atuam em unidades básicas de saúde, pronto-atendimento e da assistência. São de hospitais públicos e privados e demais setores da rede.

Capacitar o atendimento

Argumenta a municipalidade que a capacitação é necessária para ampliar o conhecimento acerca da doença, considerada relativamente nova, mas que já conta com casos autóctones (originários/locais) em Foz do Iguaçu. E cita o Paraguai, que enfrentou uma pandemia dessa enfermidade.

chicungunya
Profissionais da saúde durante a formaçaõ de uma semana – foto: Thiago Dutra/PMFI

“É uma doença nova e preocupante”, enfatizou a enfermeira Érica Ferreira de Souza, da Vigilância Epidemiológica. “Porque tivemos aumento de casos no último ano epidemiológico e concomitante uma epidemia no Paraguai, que teve mais de cem mil casos, e estamos no mesmo território, o que pode sinalizar um aumento de casos em Foz do Iguaçu”, disse.

Embora a doença seja transmitida pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, o tratamento da chikungunya é diferenciado e a enfermidade pode ter mais impactos em longo prazo. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue, como febre e dor muscular. Porém a doença pode ficar crônica, pois está associada à inflamação articular, que precisa ser acompanhada por medicação específica e monitoramento que pode chegar a seis meses, reporta a prefeitura.

Manejo adequado

O treinamento oferece conhecimento técnico sobre o manejo correto da doença, abrangendo:

  • primeiro atendimento;
  • encaminhamentos corretos dentro da rede;
  • solicitação de exames específicos; e
  • monitoramento do paciente com a doença, que pode chegar até seis meses ou mais.
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