Comunidade reage ao corte de árvores na Avenida Pedro Basso em Foz do Iguaçu

Prefeitura diz que será feito novo estudo e entidades serão ouvidas. Município alega que não haveria cortes de imediato.

Apoie! Siga-nos no Google News

Um novo estudo sobre a condição das árvores da Avenida Pedro Basso será realizado para verificar se há necessidade de corte. Considerada um dos cartões-postais de Foz do Iguaçu, a via é uma das mais arborizadas da cidade e mostra beleza exuberante.

Leia também:
Prefeitura quer transformar Bosque Guarani e dos Macacos em unidades de conservação

A polêmica em torno da Pedro Basso teve início após a Secretaria de Meio Ambiente divulgar um parecer feito depois de um temporal que ocorreu em junho do ano passado. Na ocasião, algumas árvores caíram no asfalto e sobre carros, no trecho entre a Rua Rosa Cirilo de Castro e a Avenida Costa e Silva.

O estudo, que avaliou apenas as condições externas das espécies, indicou que 17% das árvores estão em estado ruim; 20%, razoáveis; e 63%, boas.

Diretor de Arborização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Marcos Silva informa que três técnicos foram designados para fazer um novo estudo, que será apresentado a representantes da comunidade, incluindo acadêmicos e o Centro de Direitos Humanos (CDH). Nesta semana, o CDH protocolou pedido de tombamento para a proteção das árvores da avenida.

De acordo com Silva, apesar de haver árvores em estado ruim, não significa que ocorrerão cortes. “Já estamos passando para um técnico dar uma segunda opinião”, afirma.

Ele ainda diz que em outro trecho da avenida, na região do Fórum de Justiça, já foram plantadas espécies nativas, a exemplo de ipê-roxo e ipê-rosa.

Trecho da Avenida tem árvores de 11 diferentes espécies

Diversidade de espécies

O parecer aponta a existência de 151 árvores, entre jovens e adultas, de 11 espécies, no trecho em estudo da Avenida Pedro Basso.

São elas: alfeneiro (Ligustrum lucidum); canafístula (Peltophorum dubium); flamboyant (Delonix regia); ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus); leucena (Laeucaena leucocephala); louro-pardo (Cordia trichotoma); sapuvinha (Machaerium stiptatum); seriguela (Spondias purpurea); sete-copas (Terminalia catappa); sibipiruna (Caesalpinia pluviosa); e tipuana (Tipuana tipu).

A maior quantidade encontrada é de tipuana, um total de 98, seguida por alfeneiro, 43.  A maioria das espécies consideradas em estado fitossanitário ruim é de alfeneiro, totalizando 18. Alfeneiro, leucena e sete-copas são árvores exóticas e não recomendadas para a arborização urbana. O laudo indica a substituição gradativa dessas espécies por mudas nativas.

O parecer ainda frisa que a preservação das árvores é regida pelo Decreto Municipal n.º 27.460/2019, o qual proíbe “o corte com exceções apenas para casos específicos, tais como risco de queda; necessidade de construção civil de forma que o espécime esteja inviabilizando o projeto de execução aprovado ou com alvará de construção; situações em que a árvore esteja causando danos ao patrimônio público ou privado; e obstrução de passeios públicos”.

Por isso, a retirada das árvores é recomendada apenas em casos de extrema necessidade.

LEIA TAMBÉM
1 comentário
  1. Wagner Silva Diz

    Não é incomum ver moradores de Foz lamentando a queda árvores sobre residência devido a demora para o atendimento da secretaria do meio ambiente, um local onde há pouco risco ele tem pressa em atuar. Vai entender.

Comentários estão fechados.